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domingo, 6 de abril de 2014

Copa 1978

País sede: Argentina

 
 

 

Participantes

Alemanha Ocidental, Argentina, Áustria, Brasil, Escócia, Espanha, França, México, Itália, Irã, Holanda, Hungria, Peru, Polônia, Suécia e Tunísia.
 
 

História  

Essa Copa foi a última que teve a participação de 16 seleções.
 
As seleções da Tunísia e do Irã participavam pela primeira vez de uma Copa do Mundo.
 
Foi uma copa cercada de polêmicas. Muito se deveu ao clima político vivido na Argentina. O país vivia uma brutal ditadura imposta pelos militares, que viram na organização do torneio a oportunidade ideal para popularizar o regime e promover a distração nacional dos problemas políticos e econômicos. Uma autêntica política de "pão e circo".
 
A exemplo da Copa do Mundo de 1934, em que Mussolini usou a competição para fazer propaganda do fascismo, a edição de 1978 também teve um forte componente político. A Argentina vivia dois anos sob a sangrenta ditadura do general Jorge Videla e, assim como em 1934, o país anfitrião faria de tudo para erguer a taça.
 
O craque holandês, Johan Cruiff, se recusou a jogar a Copa, supostamente como forma de protesto contra o regime militar. A organização também apresentou muitas falhas. Os estádios ficaram, em alguns lugares, prontos na última hora, e por isso os gramados recém-plantados se soltavam sob os pés dos jogadores.
 
Enquanto a Argentina sediou quase todos os seus jogos em Buenos Aires, os principais rivais faziam um "tour" pelo país, se desgastando com longas viagens.
 
A Tunísia fez história ao conquistar a primeira vitória de uma seleção africana em copas, 3x1 no México.
 
Argentina e Holanda fizeram a grande final no estádio Monumental de Nuñez lotado. A Argentina abre o placar com Mario Kempes. A seleção holandesa empatou com um belo gol de cabeça de Dirk Nanninga. Os holandeses reclamaram  de um pênalti não marcado, e ainda aos 45 minutos do segundo tempo, acertaram a trave do goleiro argentino, dando um susto na torcida argentina, e assim terminou o jogo no tempo normal por 1 a 1. Na prorrogação, a seleção argentina foi superior, fazendo dois gols com Kempes e Bertoni.
 
 

 
 
Final: Argentina 3 x 1 Holanda
 
Campeão: Argentina
Vice-campeão: Holanda
 




 

O Brasil na Copa

A seleção dirigida por Cláudio Coutinho contava com nomes como Leão no gol; Oscar e Amaral na zaga; Batista, Rivelino e Zico no meio; e Reinaldo e Dinamite no ataque. Um grande erro foi a não convocação do habilidoso Falcão, dando preferência para o truculento Chicão.
 
O Brasil possuía dois jogadores da verdadeira linhagem de camisas 10, Zico e Roberto Rivellino (tricampeão em 1970), mas nenhum dos dois brilhou. 
 
Na estreia, o Brasil empatou com a Suécia por um a um, com Sjoberg abrindo o placar para os suecos e Reinaldo empatando para os brasileiros. No segundo jogo, empatou com a Espanha por zero a zero. Insatisfeito com a seleção, o almirante Heleno Nunes, presidente da CBD, exigiu que Jorge Mendonça e Roberto Dinamite substituíssem Zico e Reinaldo. As mudanças deram resultado: os brasileiros venceram, no sufoco, a Áustria por 1 a 0, com gol de Dinamite, garantindo a classificação para a próxima fase.
 
Na fase final, o Brasil melhorou seu futebol, e com isso, venceu o primeiro jogo contra o Peru por 3 a 0. Na partida seguinte contra os argentinos, o técnico Coutinho se equivocou e escalou Chicão para segurar o jogo, na base do pontapé, se necessário.  Em um jogo fraco tecnicamente, o placar ficou em zero a zero. No terceiro jogo, com outra boa atuação, a seleção brasileira venceu a Polônia por 3 a 1. Como o Brasil jogou antes da Argentina, ficou esperando o resultado do jogo. Se os argentinos ganhassem até por 3 a 0, a vaga era do Brasil. Mas o inesperado aconteceu, e os argentinos venceram por 6 a 0, sob suspeita.
 
A Argentina teria que ganhar por um placar de quatro gols de diferença para se classificar à final. Uma vantagem considerável, pois desde que César Luis Menotti se tornara técnico da seleção, os alvi-celestes jamais tinham vencido um jogo por mais de 3 gols. O Peru, literalmente, abriu mão do direito de jogar, e levou suspeitíssimos 6 a 0. O resultado é, até hoje, motivo de polêmica. Fernando Rodriguez Mondragon, filho e sobrinho de dois comandantes do Cartel de Cáli, afirmou que o cartel havia mediado a combinação do resultado entre argentinos e peruanos. Os jogadores negam, inclusive o goleiro da seleção peruana Ramon Quiroga, que era argentino, e falhou em vários gols.  
 
Na disputa do terceiro lugar, a seleção brasileira venceu a Itália por 2 a 1.
 
 

Estatísticas

 
Times: 16
Jogos: 38
Números de gols: 102
Média de gols: 2,7
Total de público: 1.546.151
Média de público: 40.688
Melhor ataque: Argentina e Holanda - 15 gols
Pior ataque: Suécia - 1 gol
Melhor defesa: Tunísia e Espanha - 2 gols
Pior defesa: Peru e México - 12 gols
Cartões amarelos: 58
Cartões vermelhos: 3
Mais indisciplinado: Brasil - 9 amarelos
Melhor Jogador: Neeskens (Hol)
 

Curiosidades

 
 
 
A Seleção Francesa tentou, sem êxito, boicotar a sua ida a Copa em resposta ao assassinato de freiras francesas por parte do Regime Militar.
 
Os holandeses viraram de costas para o sanguinário ditador Jorge Rafael  Videla na hora de receberem as suas medalhas de prata.
 
Esta Copa protagonizou o segundo escândalo de doping da história do torneio. O meia escocês Johnstone foi flagrado nos exames antidoping na partida em que sua seleção foi derrotada pelo Peru por 3x1. Johnstone, após o anúncio do doping, e de seu desligamento da delegação, fez as malas, e voltou para casa mais cedo. Depois do episódio, ele nunca mais foi convocado pela Escócia em competições internacionais.
 
Eliminadas na primeira fase, as seleções da França e da Hungria proporcionaram um verdadeiro papelão, sendo que a França, em protesto contra as más arbitragens, entrou também de camisa branca, pois a mesma estava sorteada para os húngaros, o árbitro do jogo, o brasileiro Arnaldo César Coelho, se recusava a começar a partida, enquanto a questão dos uniformes não estivesse resolvida, os jogadores da França acabaram sendo obrigados a jogarem com uniformes verdes listrado de branco, cedidos as pressas por um time amador, o Kimberley, os franceses venceram por 3x1.
 
No jogo  Brasil e Suécia na 1ª fase, o jogo estava empatado em 1x1 até os acréscimos no final da partida, quando houve um escanteio a favor do Brasil. Quando o escanteio foi cobrado, o meia brasileiro Zico subiu de cabeça, e marcou o que seria o gol da vitória brasileira. Estranhamente, o juiz galês Clive Thomas encerrou o jogo, para desespero do time brasileiro. Sua alegação foi que ele terminara o jogo com a bola no ar. O time brasileiro entrou com duas representações contra o juiz na Comissão de Arbitragem e no Comitê Disciplinar da FIFA. O juiz foi afastado, e nunca mais apitaria uma partida de Copa.
 
O jogador Rob Rensenbrink da seleção neerlandesa, marcou o gol 1000 da história da Copa do Mundo, convertendo um penalti, no jogo Escócia 3x2 Países Baixos.
 
O Brasil se autoproclamou "campeão moral" por ter sido a única seleção invicta da Copa e porque o goleiro do Peru, Quiroga, teria facilitado a partida contra a Argentina. A Argentina precisava ganhar de uma diferença superior a quatro gols. Ganhou de 6 a 0. Além disso, Quiroga nasceu na Argentina e naturalizou-se peruano.
 
Fernando Rodriguez Mondragon, filho de um chefe do tráfico de drogas Colombiano, declarou em 2007 à Rádio Caracol (Colômbia) que o desarticulado  Cartel de Cáli subornou a seleção do Peru, com uma cifra não revelada, para que deixasse a seleção da Argentina ganhar o decisivo jogo da segunda fase. A Argentina se classificou tendo os mesmos pontos que o Brasil, mas com melhor saldo de gols.
 
Houve rumores de que a Ditadura Militar argentina desejava o título a todo custo, o que segundo algumas pessoas, explicaria boa parte dos episódios estranhos ocorridos durante a Copa. A comemoração da imensa torcida argentina pela vitória de 6x0 sobre o Peru serviu para acabar com os protestos das Mães da Praça de Maio, que buscavam informações dos filhos desaparecidos, pois os mesmos haviam feito vários protestos contra o governo militar do país.
 
O técnico Cláudio Coutinho, preparador físico da seleção na Copa de 70, exagerou no aquecimento de Jorge Mendonça na partida contra a Espanha. O jogador foi chamado aos 9 minutos da etapa final e só foi colocado aos 38 minutos.
 
Como a numeração Argentina foi escolhida por ordem alfabética, o meia Alonso ficou com a camisa 1, enquanto o goleiro Fillol usou a 5.
 
O artilheiro Kempes não foi bem na primeira fase do Mundial. Supersticioso, o técnico Menotti pediu que o camisa 10 raspasse o bigode. O novo visual rendeu seis gols ao argentino, artilheiro da Copa.
 
Menotti, na convocação argentina, causou polêmica ao deixar um tal de Diego de fora. Então com 17 anos, Maradona foi considerado muito jovem e inexperiente.
 
A entrada do italiano Cuccureddu no lugar de Bellugi na partida contra a Argentina, com apenas 6 minutos de jogo, foi a substituição mais rápida dos Mundiais.
 
A seleção brasileira foi a única a terminar a competição sem perder um jogo sequer. Foi também a primeira vez que o Brasil ficou invicto sem conquistar o título de campeão.
 
 

Mascote: Gauchito

 
 



O nome do mascote da Copa 1978 foi Gauchito. O nome é uma abreviação do termo “gaucho”, usado para designar o homem do campo nos países latino-americanos de língua espanhola. Não é coincidência: foi essa denominação que deu origem aos gaúchos brasileiros – todas as pessoas nascidas no Rio Grande do Sul. Assim como os nossos, os gauchos argentinos usam um chapéu característico, carregam um facão e exibem um lenço amarrado ao pescoço. A mascote, desenhada por Néstor Córdoba,  foi bem aceita pelas crianças argentinas, mas virou alvo de críticas da população adulta, devido à semelhança à mascote mexicana de 1970 (ambos usam chapéus característicos de seus países e pisam em uma bola de futebol). O Gauchito logo ganhou um apelido pejorativo: “Playmobil dos Pampas”.


 
 
 
 Fontes

Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar
www.guiadoscuriosos.com.br
 
 
 



 

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