domingo, 27 de abril de 2014
Copa 1990
País sede: Itália
Participantes
Alemanha Ocidental, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Camarões, Colômbia, Coréia do Sul, Costa Rica, Egito, Irlanda, Emirados Árabes Unidos, Escócia, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Iugoslávia, Holanda, Romênia, Suécia, Tchecoslováquia, União Soviética e Uruguai.
História
A Copa de 1990 entrou para a história como uma Copa de equipes defensivas, que jogavam apenas para alcançar o resultado. Apesar disso, também foi uma Copa de grandes goleadas, como EUA 1 x 5 Tchecoslováquia, e de grandes surpresas, como a vitória de Camarões sobre a Argentina logo na 1ª rodada do Mundial.
Esta foi a primeira Copa do Mundo de três nações: Costa Rica, Irlanda e Emirados Árabes.
A grande sensação dessa Copa foi a seleção de Camarões. Comandada pelos experientes Roger Milla (atacante) e Thomas Nkono (goleiro), a seleção camaronesa classificou-se em primeiro lugar vencendo a Argentina por 1 a 0, Romênia por 2 a 1 e perdendo para a União Soviética por 4 a 1. Nas oitavas de final, venceu a seleção colombiana por 2 a 1. Nas quartas de final, perdeu para a Inglaterra por 3 a 2. Talvez se tivesse um pouco mais de seriedade, poderia ter passado às semifinais da competição.
A grande decepção dessa Copa foi a Holanda. Com jogadores talentosos como Rijkaard, Gullit e Van Basten, a seleção holandesa não apresentou um bom futebol e caiu nas oitavas de final diante da Alemanha Ocidental.
A seleção anfitriã da Copa, a Itália, com um futebol razoável, chegou até as semifinais quando caiu diante da Argentina.
A Argentina com um futebol mediano, dependendo das jogadas de Diego Maradona e do goleiro Goycochea, que vivia uma boa fase, estreou na Copa perdendo para Camarões por 1 a 0. No segundo jogo, os argentinos venceram a União Soviética por 2 a 0, e no terceiro jogo empataram com a Romênia por 1 a 1, ficando em terceiro lugar do grupo, classificando-se apenas pelo índice técnico. Nas oitavas de final, a Argentina venceu o Brasil, após uma bela jogada de Diego Maradona, Caniggia fez o único gol da partida. Nas quartas de final contra a Iugoslávia, a seleção argentina após o empate de zero a zero contra a Iugoslávia, venceu nos pênaltis por 3 a 2. Na semifinal, os argentinos após o empate por 1 a 1 contra os italianos, venceram também nos pênaltis por 4 a 3.
A seleção da Alemanha Ocidental, comandada pelo ex-jogador Franz Beckenbauer, fez a sua estreia ganhando da Iugoslávia por 4 a 1. No segundo jogo, os alemães venceram os Emirados Árabes por 5 a 1, e no terceiro jogo empataram com a Colômbia por 1 a 1, classificando-se em primeiro lugar do grupo. Nas oitavas de final, a Alemanha venceu a Holanda por 2 a 1. Nas quartas de final, os alemães passaram pela Tchecoslováquia por 1 a 0. Na semifinal, a seleção alemã, após o empate por 1 a 1 contra a Inglaterra, ganhou nos pênaltis por 4 a 3.
A grande final da Copa foi colocada novamente frente à frente Alemanha Ocidental e Argentina, reeditando a Copa de 1986. Essa final aconteceu no Estádio Olímpico de Roma, com a arbitragem do mexicano Codesal, e com um público pagante de 73.603. A Argentina tinha Diego Maradona, mas a Alemanha tinha grandes jogadores como Klinsmann, Voeller e Matthaeus. Os alemães com um futebol melhor e uma marcação forte em Maradona dominaram o jogo. Mas somente aos 40 minutos do segundo tempo, num pênalti duvidoso, Brehme fez 1 a 0. O time argentino não conseguiu o empate, e os alemães finalmente conseguiram ganhar o terceiro título mundial, igualando-se a Brasil e Itália.
Final: Alemanha 1 x 0 Argentina
Campeão: Alemanha
Vice Campeão: Argentina
Essa Copa teve um nível técnico muito baixo. Nem mesmo o grande craque Diego Maradona conseguiu brilhar como na Copa de 1986, onde foi a grande estrela daquele mundial. O Brasil apresentou um futebol aquém das suas tradições, e com um esquema tático diferente, não fez um bom campeonato. A Itália, apesar do apoio da torcida, não conseguiu chegar à final. Mas justiça seja feita, a Alemanha Ocidental que apresentou um futebol melhor, foi campeã com mérito.
O Brasil na Copa
Como na maioria das vezes, a preparação da equipe para a competição também não foi das melhores. A concentração da seleção foi tomada por parentes e empresários, que tinham livre acesso aos jogadores. Especulou-se que muitos não jogaram bem por já estarem negociando uma possível transferência para o futebol europeu, inclusive o próprio técnico Lazaroni, que acabou indo para a Fiorentina após a Copa.
A Seleção Brasileira, no papel, não era ruim. Pelo contrário. O goleiro Tafarel, os zagueiros Ricardo Gomes e Mauro Galvão, o lateral Jorginho, o volante Alemão, o talentoso Muller e o brilhante atacante Careca poderiam, sem dúvida, trazer o tetra para o Brasil. Mas o time não "deu liga".
O esquema tático montado pelo técnico Sebastião Lazaroni (3-5-2), onde Mauro Galvão atuou como líbero, deixou o time muito defensivo e não emplacou. Esse esquema tático foi muito contestado pelos jornalistas e pela torcida em todo Brasil.
O Brasil estreou na Copa vencendo a Suécia por 2 a 1. No segundo jogo, a seleção brasileira venceu a fraca seleção da Costa Rica por 1 a 0, e no terceiro jogo, os brasileiros venceram a Escócia por 1 a 0, classificando-se em primeiro lugar do grupo, sem empolgar.
Nas oitavas de final, o Brasil enfrentou seu maior rival no futebol, a Argentina. No melhor jogo do Brasil na Copa, onde dominou amplamente a seleção argentina, perdendo vários gols, foi castigado em uma das poucas jogadas da Argentina no jogo. Diego Maradona fez grande jogada e passou para Caniggia marcar o único gol do jogo.
Colocação: 9º lugar
Essa Copa ficou muito marcada pelos brasileiros como a "era Dunga". Segundo alguns críticos, Dunga foi um dos maiores responsáveis pela derrota para a Argentina, principalmente por não ter conseguido parar Maradona na jogada do gol argentino.
Estatísticas
Times: 24
Jogos: 52
Número de gols: 115
Média de gols: 2,2
Total de público: 2.516.215
Média de público: 48.388
Melhor ataque: Alemanha Ocidental - 15 gols
Pior ataque: Egito e Coréia do Sul - 1 gol
Melhor defesa: Itália, Brasil e Egito: 2 gols
Pior defesa: Emirados Árabes: 11 gols
Cartões amarelos: 162
Cartões vermelhos: 15
Mais indisciplinado: Argentina - 21 amarelos e 3 vermelhos)
Mais disciplinado: Bélgica - 1 vermelho
Artilheiro: Salvatore Schillaci (ITA) - 6 gols em 7 jogos
Melhor jogador: Matthaeus (ALE)
Curiosidades
O italiano Walter Zenga foi o goleiro que ficou mais tempo invicto em Copas: 517 minutos. Sua invencibilidade foi quebrada aos 22 minutos do segundo tempo com um gol do argentino Caniggia, na semifinal entre Itália x Argentina, em Nápoles.
O lateral esquerdo brasileiro Branco, durante o jogo contra a Argentina, bebeu água vinda do banco dos rivais. Durante e após o jogo, sentiu sonolência e colocou a culpa na água "batizada". O que parecia ser uma desculpa pela derrota foi confirmado pelo massagista argentino e por Maradona. Á agua realmente havia sido adulterada para ser oferecida aos brasileiros.
Camarões foi a primeira seleção a terminar na liderança de seu grupo com um saldo de gols negativo (três a favor e cinco contra).
A "mão de Deus" de Maradona, que resultou em gol contra a Inglaterra em 1986, voltou a agir em 1990. Contra a União Soviética, ele deu um tapa na bola quase na linha do gol e impediu que o adversário abrisse o placar. A Argentina venceu a partida por 2 a 0.
A Copa de 1990 foi a primeira de Ricardo Teixeira no Comando da CBF. Em 2010, ele completou 21 anos no cargo.
Pela primeira vez, os jogadores que atuavam no exterior eram maioria na seleção brasileira.
Para atender à demanda de estrangeiros, o Vaticano passou a rezar suas missas em cinco idiomas diferentes.
Na semifinal entre Itália e Argentina, o árbitro francês Michel Vautrot esqueceu de olhar no cronômetro e o primeiro tempo da prorrogação terminou com oito minutos de atraso.
No jogo Brasil X Costa Rica, houve um lance que gerou uma grande repercussão, o gol teria sido feito pelo zagueiro Montero ou por Müller. O juiz tunisiano Naji Jouini deu o gol para o costarriquenho. Mais tarde, a delegação brasileira protestou e o gol veio para Müller. Depois, a FIFA mudou de ideia outra vez e o gol voltou a ser atribuído a Montero. O senador Romeu Tuma, à época superintendente da Polícia Federal, disse que a seleção deveria treinar a sua pontaria com a policia brasileira.
No último jogo do Grupo F, Irlanda e Holanda fizeram um papelão. Acomodadas com o empate em 1 a 1, ficaram tocando a bola em seus campos de defesa, sem partir para o jogo, pois o resultado classificaria ambas as seleções, ficando rigorosamente empatadas em todos os critérios. Na metade do segundo tempo, o árbitro francês Michel Vautrot parou o jogo, chamou os capitães e pediu para que as equipes buscassem o gol. Esse apelo não foi atendido. Acabou sobrando para a Holanda, que, com o resultado, pegou a Alemanha Ocidental nas oitavas e foi eliminada. A Irlanda só viria ser eliminada na próxima fase, pela Itália, realizando a façanha de chegar às quartas de final sem vencer nenhum jogo e marcando apenas 2 gols.
Maradona foi o jogador mais caçado na Copa de 90. Ele sofreu 53 faltas e o segundo mais caçado foi o inglês Paul Gascoigne. El pibe de oro mostrou ao mundo que é ambidestro após dar o passe para o gol de Caniggia, na partida que eliminou o Brasil da competição e marcou para sempre a "era Dunga".
O ritmo musical que tomou conta do Brasil na época da Copa foi a lambada, dança criada no Pará nos anos 1970.O ritmo chegou ao auge no país nos primeiros anos da década de 1990, muito por conta do paraense Beto Barbosa. Durante a Copa do Mundo, a moda dançante brasileira se espalhou pelo mundo graças aos comandados de Lazaroni. Depois de abrir o placar para o Brasil na estreia contra a Suécia, o atacante Careca correu em direção à bandeira de escanteio e ensaiou passos de lambada. O gesto intrigou os jogadores de outras equipes e a partir daí, os torcedores passaram a aguardar a lambada dos brasileiros. O ponto máximo do gesto porém veio na primeira partida das oitavas-de-final entre Camarões e Colômbia no Estádio San Paolo, em Nápoles. Quando marcou os dois gols da vitória de 2x1 dos Leões Indomáveis sobre os colombianos, o atacante Roger Milla imitou Careca nas bandeirinhas de córner e o ritmo passou a sacudir o Mundial e o resto do planeta, que ficou bastante interessado na lambada.
A Copa de 90 foi a última das tradicionais seleções da União Soviética, Tchecoslováquia e Alemanha Ocidental. Antes de 94, os tchecos de dividiram em República Tcheca e Eslováquia, a URSS foi desmembrada e a Alemanha se reunificou.
A seleção irlandesa em sua 1ª participação em copas conseguiu uma surpreendente colocação, ao terminar em 8º lugar na tabela chegando as quartas de final do torneio. Porém nas 4 primeiras partidas foram 4 empates, já que na 1ª fase a equipe classificou por sorteio na 2ª colocação da chave F depois de três empates. Nas oitavas, mais um empate contra a Romênia e passagem assegurada as quartas depois de vencer nos pênaltis. Depois de chegar tão longe sem nenhuma vitória, a equipe é derrotada pela Itália, com gol de Schillaci.
Autor do gol do título da Copa América de 1989, o atacante Romário quase não teve presença confirmada por causa de uma grave contusão no tornozelo. O "baixinho" se recuperou em tempo recorde, embora só tenha jogado uma partida contra a Escócia e foi substituído por Müller.
Ao fazer falta no alemão Thomas Berthold, o craque inglês Gascoigne recebeu o segundo cartão amarelo e teve uma crise de choro em campo, pois ficaria de fora da final caso a Inglaterra ganhasse. Mas os alemães levaram a melhor e venceram por 4x3 nos pênaltis. O árbitro dessa partida foi o brasileiro José Roberto Wright.
O quarto jogo das oitavas Copa de 1990 teve fatos curiosos antes da bola rolar. A começar pelo local do jogo, o estádio San Siro, em Milão. Em seguida, três jogadores das duas equipes jogavam nos dois principais clubes da cidade: Os alemães Andreas Brehme, Jürgen Klinsmann e Lothar Matthäus atuavam pela Internazionale e os holandeses Frank Rijkaard, Marco Van Basten e Ruud Gullit jogavam pelo Milan.
Das 24 equipes que participaram da Copa, 12 - além da Itália - tinha pelo menos um jogador que atuasse nos clubes do país-sede.
Este mundial teve jogos para diversos sistemas:
Para computadores PC foi lançado o Italia 90, lançado pela US Gold, que tinha a tabela completa do mundial, os uniformes das seleções, bem como seus principais jogadores.
Para os video games caseiros, foi lançado o World Cup Italia 90, da Seg em parceria com a Virgin Mastertronic e a Olivetti, para o Master System e Mega Drive. A versão do Master System tinha 30 times, incluindo os 24 que se classificaram para as finais, mais 6 que não se classificaram (França, México, Polônia, Dinamarca, China e Hungria). Já a versão do Mega Drive continha 24 seleções mas que não eram as que se classificaram, e tinha o nome dos jogadores diferenciados.
Mascote: Ciao
A mascote escolhida para representar a Itália, na Copa de 1990, quebrou o padrão “fofinho” usado desde o início da tradição. A figura ficou mais modernosa que suas antecessoras, parecendo um boneco feito de Lego, cuja cabeça era uma bola de futebol, pintado com as três cores da bandeira italiana. O nome Ciao é a palavra italiana usada para dar “oi” e “tchau”. Por seu design simples e marcante, trata-se de uma das mascotes mais icônicas das Copas do Mundo.
domingo, 20 de abril de 2014
Copa 1986
Pais sede: México
Participantes
Alemanha Ocidental, Argentina, Argélia, Bélgica, Brasil, Bulgária, Canadá, Coréia do Sul, Dinamarca, Escócia, Espanha, França, Hungria, Inglaterra, Iraque, Irlanda do Norte, Itália, Marrocos, México, Polônia, Paraguai, Portugal, URSS e Uruguai.
História
A Copa de 1986 seria disputada na Colômbia. Porém, os graves problemas econômicos deste país impediram os colombianos de serem os anfitriões do torneio. A FIFA ofereceu a Copa para o Brasil, os Estados Unidos e o Canadá em 1982, mas os governos destes três países recusaram. Então a Copa foi aceita pelo México, que foi escolhido em 1983 para sediar o mundial mais uma vez. Nem mesmo os terremotos um ano antes do mundial colocaram em risco a realização da copa. O México, que por sua vez, já havia sediado as Olimpíadas de 1968, a Copa de 1970 e o Pan-Americano de 1975.
Essa Copa contou com a participação de 24 países divididos em seis grupos de quatro. De cada grupo os 2 primeiros colocados se classificavam diretamente para as Oitavas de Final. Para completar as 16 seleções classificadas, os 4 terceiros colocados de melhor campanha conquistavam a vaga por índice técnico.
Três equipes faziam sua primeira participação em copas: Canadá, Dinamarca e Iraque.
Vários craques participaram dessa Copa: pelo Brasil Sócrates, Zico e Careca; pela Alemanha Matthaeus; pela França Platini e pela Argentina Maradona.
A grande sensação dessa Copa foi a seleção da Dinamarca (apelidada de "Dinamáquina"). Os dinamarqueses comandados pelo técnico Sep Piontek inauguraram o sistema 3-5-2, com líbero jogando na defesa e os laterais transformados em alas. A seleção nórdica ainda tinha grandes craques como Michael Laudrup e o artilheiro Elkjaer-Larsen. O time dinamarquês venceu os três jogos, com direito a inacreditáveis 6 x 1 no Uruguai e 2 x 0 na Alemanha Ocidental. Mas caiu nas oitavas de final diante da Espanha pelo surpreendente placar de 5 a 1.
A Argentina fez um jogo histórico contra a Inglaterra. E Maradona, em uma exibição de gala, alcançou o status de mito em seu país. Em uma partida espetacular, "El Pibe de Oro" fez um gol com a mão, que ele chamou de "a mão de Deus". O segundo gol é considerado por muitos, o mais belo de todas as copas: Maradona driblou 6 ingleses, tirou do goleiro e fez o gol, levando ao êxtase "los hermanos", que se sentiam vingados da derrota na Guerra das Malvinas, travada contra a Inglaterra 4 anos antes. O locutor uruguaio Victor Hugo Morales (radicado na Argentina) chegou a chorar ao narrar o gol do "barrilete cósmico".
Na primeira fase, a Argentina venceu a Coréia do Sul por 3 a 1, empatou com a Itália por 1 a 1 e venceu a Bulgária por 2 a 0, classificando-se em primeiro lugar do grupo. Nas oitavas de final, os argentinos venceram a seleção uruguaia por por 1 a 0. Nas quartas de final, a seleção argentina venceu a Inglaterra por 2 a 1. Na semifinal, a Argentina venceu a Bélgica por 2 a 0.
Na primeira fase, a Alemanha Ocidental empatou com o Uruguai por 1 a 1, ganhou da Escócia por 2 a 1 e perdeu para a Dinamarca por 2 a 0, classificando-se em segundo lugar. A primeira colocação ficou com a seleção dinamarquesa. Nas oitavas de final, os alemães venceram o Marrocos por 1 a 0. Nas quartas de final a seleção alemã empatou com o México em 0 a 0 e venceu nos pênaltis por 4 a 1. Na semifinal, a seleção alemã venceu o bom time da França por 2 a 0.
A grande final da Copa foi entre Argentina e Alemanha Ocidental, e aconteceu no estádio Azteca, para um público de 114.600 pagantes, com a arbitragem do brasileiro, Romualdo Arppi Filho. Os alemães mais uma vez chegaram à final de mais uma Copa do Mundo com um futebol tático. Já a Argentina, chegou à sua segunda final de Copa do Mundo com o talento do seu maior jogador da história, Diego Maradona. A Argentina abriu o placar aos 23 min com Brown. Teve ainda boas chances de marcar, mas o primeiro tempo o placar permaneceu inalterado. No segundo tempo, logo aos 10 min, Valdano fez 2 a 0 para os argentinos. Quando tudo parecia ser fácil, aos 29 min, Rummenigge fez o primeiro gol para a seleção alemã, e Voeller aos 35 min empatou. Mas a Argentina tinha Maradona, e aos 38 min, após um passe dele, Burruchaga fez o terceiro gol para a Argentina, decretando números finais ao jogo.
Final: Argentina 3 x 2 Alemanha
Campeão: Argentina
O que vimos nessa Copa foi o grande astro Diego Maradona. Com um futebol genial, levou os argentinos a mais um título de Copa do Mundo. A Argentina tinha uma seleção mediana, mas o talento de Maradona fez a grande diferença. Com esse campeonato, Diego, entrou para a história das Copas e do futebol mundial como um dos maiores jogadores de todos os tempos.
O Brasil na Copa
O Brasil tinha um grande time. Mesmo com os remanescentes da Copa de 82 como Oscar, Júnior, Sócrates e Zico, porém já envelhecidos, o Brasil não apresentou o grande futebol da Copa anterior. Os dirigentes estavam mais preocupados com as eleições da CBF. O técnico Telê Santana assumiu à seleção às vésperas das Eliminatórias, substituindo Evaristo de Macedo, e levou os jogadores ao limite. Renato Gaúcho foi cortado por indisciplina, e Leandro, alegando solidariedade ao amigo, decidiu não ir. Quando chegou ao México, o clima continuou agitado. O Brasil não tinha campo para treinar e craques como Zico, Sócrates e Falcão não estavam vivendo um bom momento tecnicamente e fisicamente.
Na primeira fase, o Brasil fez o primeiro jogo contra a Espanha, e venceu por 1 a 0, graças a um gol legítimo anulado em favor dos espanhóis. No segundo jogo, a seleção brasileira venceu a Argélia pelo mesmo placar do jogo anterior. O futebol brasileiro só melhorou um pouco no terceiro jogo quando venceu a Irlanda do Norte por 3 a 0, classificando-se em primeiro lugar do grupo.
Nas oitavas de final, o Brasil apresentou um grande futebol e ganhou da Polônia pelo placar de 4 a 0. Esse jogo contra a Polônia deu mais esperança ao time brasileiro, que contava com a boa fase do atacante Careca e do goleiro Carlos, que ainda não havia tomado nenhum gol.
Nas quartas de final, o Brasil jogou contra a França. O Brasil começou bem e abriu o placar com Careca, depois de uma belíssima jogada. A França empatou com Platini, sendo os dois gols na primeira etapa. No segundo tempo, o lance que talvez daria à classificação para o Brasil. Zico que tinha entrado no jogo, lançou Branco dentro da área, que foi derrubado. O Galinho bateu, e infelizmente, o goleiro Bats defendeu. A decisão da vaga foi para as penalidades. Sócrates bateu mau e perdeu o primeiro pênalti. Os cobradores que bateram posteriormente, fizeram, inclusive o Zico. Na cobrança do Francês Bellone, a sorte estava ao seu lado. Após ter cobrado, a bola bateu na trave e voltou nas costas do goleiro Carlos e entrou. Quando tudo parecia perdido, o craque francês Platini também perdeu. O Zagueiro Júlio César chutou na trave. O Francês Luis Fernandez não desperdiçou sua cobrança e deu números finais nas cobranças. Final França 4 a 3.
Esse jogo contra a França levantou uma polêmica. Zico tinha entrado no jogo naquele momento que surgiu o pênalti. Muitos falam até hoje que o Galinho estava frio e não deveria bater o pênalti. Mas se outro jogar batesse e perdesse, todos iriam falar que era para o Zico ter batido. A pergunta fica no ar: num jogo que Zico estivesse em campo e surgisse um pênalti, qual o primeiro nome que viria na cabeça de todos? Claro que o do Zico, já que era o principal cobrador da seleção.
Colocação: 5º lugar
Estatísticas
Times: 24
Jogos: 52
Número de gols: 132
Média de gols: 2,5
Total de público: 2.393.331
Média de público: 46.025
Melhor ataque: Argentina (14) gols
Pior ataque: Canadá - Nenhum gol
Melhor defesa: Brasil - 1 gol
Pior defesa: Bélgica - 15 gols
Cartões amarelos: 133
Cartões vermelhos: 8
Mais indisciplinado: Uruguai (11 amarelos e 2 vermelhos)
Mais disciplinado: Hungria - Nenhum cartão
Artilheiro: Gary Lineker (ING) - 6 gols em 5 jogos
Melhor jogador: Maradona (ARG)
Curiosidades
Na estreia do Brasil diante da Espanha, em Guadalajara, a organização da competição tocou o Hino à Bandeira em vez do Hino Nacional.
Pelo título, os jogadores argentinos ganharam um prêmio de 50 mil dólares. Os brasileiros, em caso de vitória, receberiam 130 mil dólares.
O estádio Azteca é o palco que mais abrigou jogos de Copas do Mundo: 19 no total.
O uruguaio José Batista bateu o recorde ao receber o cartão vermelho aos 55 segundos de jogo por uma entrada violenta no escocês Strachan.
Nas Eliminatórias, o coração do técnico da Escócia não resistiu às emoções do jogo contra o País de Gales. Para o lugar do falecido treinador, a federação escocesa nomeou Alex Ferguson, que, logo depois, iria se "eternizar" no Manchester United.
O atacante dinamarquês Preben Elkjaer Larsen era um fumante inveterado, que consumia cerca de 30 cigarros por dia.
A seleção italiana exigiu da companhia aérea que a levaria ao México a mesma tripulação do Mundial anterior, na Espanha, quando a Azzurra conquistou o título.
Renato Gaúcho foi cortado ainda na preparação por pular o muro da concentração. O lateral-direito Leandro, em suposta solidariedade ao amigo (mas também porque não queria jogar na lateral), desistiu do Mundial.
Atolada em uma grave crise financeira e administrativa, a Jamaica não conseguiu pagar a taxa de afiliados à FIFA e foi impedida de participar das Eliminatórias.
No jogo entre Paraguai x Bélgica, o paraguaio Cayetano Ré (que jogou a Copa da Suécia) se tornou o primeiro treinador a ser expulso de uma partida de Copa do Mundo.
A famosa "ola" praticada por diversas torcidas ao redor do mundo, foi criada pelos mexicanos na Copa de 1986. "Ola", em espanhol, significa onda.
Nessa Copa a Dinamarca ficou conhecida como "Dinamáquina" devido a goleada de 6x1 no Uruguai e ter vencido a Alemanha Ocidental por 2x0.
Estreante em Copas, o Canadá passou despercebido no Mundial. Seus jogos serviram apenas para treinar os adversários na primeira fase, pois nas três partidas que disputou, levou cinco gols, perdeu todas e sequer balançou as redes. Sem tradição no futebol, o Canadá terminou em último lugar, e nunca mais voltaria a participar de uma edição do torneio. Na véspera do jogo contra a França, o técnico francês Henri Michel declarou: "Só os temeria se fosse um torneio de hóquei de gelo".
Além de Telê Santana, outros dois treinadores brasileiros participaram da Copa, José Faria (treinador do Marrocos) e Evaristo de Macedo (treinador do Iraque), que substituiu o compatriota Jorge Vieira, demitido meses antes da Copa. Evaristo era o treinador da equipe brasileira para as eliminatórias, mas acabou substituído por Telê meses antes do torneio começar, em 1985.
Pela segunda vez consecutiva (1982-1986), a Seleção Brasileira conquistou o Troféu Fair Play (Jogo Limpo) oferecido pela FIFA à equipe mais disciplinada da competição.
Antes do futebol, o atacante italiano Bruno Conti jogava baseball. Ele era tão bom que quase foi jogar profissionalmente nos EUA.
Quando o francês Bruno Bellone cobrou o pênalti para a França no jogo contra o Brasil, a bola bateu na trave, nas costas do goleiro Carlos e entrou. Os jogadores brasileiros pediram a anulação do gol, mas não sabiam que este lance era válido nas regras do futebol.
A data do jogo entre Brasil x França (21 de junho) é histórica para ambas as equipes. Nesse dia, estavam se completando 16 anos da conquista do tricampeonato mundial do Brasil em 70, assim como também era o aniversário de 31 anos de Michel Platini, o maior jogador francês da época e o maior da história de seu país até o surgimento de Zinédine Zidane, na Copa de 1998. Na decisão por pênaltis, Platini deu um "presente de grego" para si mesmo: cobrou o pênalti para fora, mas, para sorte do craque, a França venceu.
Quatro jogadores da seleção uruguaia jogavam no Brasil: o goleiro Rodolfo Rodríguez (Santos), o lateral Diogo (Palmeiras), o zagueiro Dario Pereyra (São Paulo) e o meia Rubén Paz (Internacional).
O brasileiro Romualdo Arppi Filho repetiu o feito de Arnaldo César Coelho e apitou a final do Mundial de 86. Romualdo chegou a dar cartão amarelo para Maradona na final.
Ao marcar 6 gols na Copa de 86, o atacante Gary Lineker se tornou o primeiro inglês a terminar como artilheiro de uma Copa do Mundo, embora a Inglaterra tenha sido eliminada nas quartas-de-final.
Uma cena que ficou marcada para sempre na história da televisão brasileira foi a expressão de choro do jornalista e apresentador da Rede Globo, Fernando Vanucci, ao final da partida em que o Brasil foi eliminado pela França nos pênaltis; Vanucci declamou nos estúdios da Globo uma mensagem ao torcedor brasileiro e à seleção, narrando uma poesia de Affonso Romano de Sant'Anna, mas não conseguiu conter as lágrimas.
Foi no Mundial de 1986 que surgiram as primeiras moedas comemorativas à realização de um torneio. A ideia foi de uma igreja mexicana e tinha de um lado da moeda a imagem da Virgem de Guadalupe (Santa padroeira do país) e do outro lado um lance de jogo, estilizando as partidas que seriam disputadas no torneio.
Embora tenha feito parte da criação da FIFA em 1904, a Dinamarca só conseguiu se classificar pela primeira vez para um mundial em 1986.
A partir dos 31min do 2º tempo contra Marrocos, a Inglaterra jogou com dois atletas chamados Gary Stevens, um na lateral, outro no meio-campo.
Foi a primeira vez que uma Copa do Mundo virava tema nos videogames. O jogo oficial era o Mexico 86, lançado em 1987 para fliperamas (arcades). Esse jogo era uma variação do Kick and Run lançado no ano de 1985, mas tinha alguns defeitos: os times disponíveis para jogar não tinham seus uniformes oficiais, e participavam do jogo algumas seleções que não tinham se classificado para as finais (casos de Japão e Estados Unidos). Mesmo assim, lotou as casas de arcades onde era exibido, saindo-se muito bem, mesmo o jogo tendo sido lançado muito tempo após o torneio.
Mascote: Pique
Na Copa do Mundo seguinte, o México seguiu a onda da Espanha, desvinculando-se totalmente de sua primeira mascote, Juanito. Colocou uma comida típica – a pimenta chili jalapeño – para representar o país. Pique veste um uniforme vermelho e branco, que, junto a seu corpo verde, contribui para formar as cores da bandeira do México. Para complementar o look mexicano, a pimenta usa bigode e veste um sombrero. O nome vem da palavra “picante”, que em espanhol tem o mesmo significado do português.
Fontes
Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar
www.guiadoscuriosos.com.br
www.guiadoscuriosos.com.br
domingo, 13 de abril de 2014
Copa 1982
País sede: Espanha
Participantes
Polônia, Itália, Camarões, Peru, Alemanha Ocidental, Argélia, Áustria, Chile, Bélgica, Argentina, El Salvador, Hungria, Inglaterra, França, Tchecoslováquia, Kuwait, Irlanda do Norte, Espanha, Iugoslávia, Honduras, Brasil, União Soviética, Escócia e Nova Zelândia.
História
Foi a primeira a contar com 24 seleções, entre elas várias estreantes: Argélia, Camarões, Honduras, Kuwait e Nova Zelândia. No total, 105 países participaram das eliminatórias.
A Copa de 1982 contou com um regulamento único. Como eram 6 grupos de 4 times, e apenas os 2 primeiros se classificavam, 12 times formaram 4 grupos de 3 times na segunda fase, de onde os campeões de cada grupo fariam a semifinal.
A seleção brasileira, comandada por Telê Santana, foi um dos destaques da copa, com jogadores como Leandro, Júnior, Toninho Cerezo, Paulo Roberto Falcão, Sócrates, Zico e Éder, jogava um futebol ofensivo e vistoso.
Outras grandes seleções marcaram presença na Espanha. A França de Michel Platini, Jean Tigana, Manuel Amoros, Dominique Rocheteau e Marius Trésor; a Alemanha de Karl-Heinz Rummenigge, Horst Hrubesch, Mandred Kaltzz, Felix Magath e Paul Breitnerr. A Argentina com craques campeões do mundo como Daniel Pasarella, Osvaldo Ardiles, Daniel Bertoni, Mário Kemps e a promessa de supercraque Diego Armando Maradona. Do lado da seleção italiana, que havia deixado uma ótima impressão em 1978, o experientíssimo Dino Zoff, Antônio Cabrini, Giuseppe Bergomi, Claudio Gentile, Gaetano Scirea, Francesco Graziani, Gabriele Oriali, Marco Tardelli, Bruno Conti e Paolo Rossi.
A Alemanha Ocidental classificou na primeira fase, onde perdeu para a estreante Argélia por 2 a 1, depois ganhou do Chile por 4 a 1, e por último venceu a Áustria por 1 a 0. Esse foi o jogo que mais chamou a atenção na primeira fase, sendo chamado "jogo da vergonha". Os alemães fizeram 1 a 0. Como esse resultado classificavam as duas seleções, começaram a tocar a bola de um lado para o outro, abdicando de atacar, e com isso houve vaias e protestos de todo público.
Na segunda fase, os alemães se classificaram para a semifinal com um empate por zero a zero contra a Inglaterra e uma vitória sobre a Espanha por 2 a 1. Na semifinal empataram com a França por 3 a 3, num jogo espetacular. Garantiu a classificação após uma disputa de pênaltis, onde ganharam por 5 a 4.
A seleção italiana na primeira fase foi decepcionante, empatando os três jogos contra Peru e Camarões por 1 a 1 e Polônia por zero a zero, classificando-se em segundo lugar, pelo critério de gols marcados, onde fez um a mais que a seleção camaronesa. O clima era tão ruim na Azurra que o técnico Enzo Bearzot proibiu os jogadores de darem entrevistas e lerem jornais para não contaminar mais o ambiente dos atletas.
Na segunda fase, os italianos caíram em um grupo dificílimo, onde teriam Argentina campeã da Copa anterior e o Brasil, o grande favorito ao título. Nessa fase, a Azurra cresceu, fazendo grandes jogos. Venceu os argentinos por 2 a 1, e depois, os brasileiros por 3 a 2, no grande jogo da Copa, classificando-se para a semifinal. Na semifinal, os italianos com a auto-estima elevada, bateram os poloneses por 2 a 0.
A grande final entre Itália e Alemanha foi no Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid, e o juiz da partida foi o brasileiro Arnaldo Cézar Coelho. Alemães e italianos travaram um duelo para ver quem seria ao lado do Brasil três vezes campeão Mundial. A seleção italiana embalada após ter ganhado da Argentina (último campeão), Brasil (o grande favorito) e Polônia (uma boa seleção), chegou à final com grande entusiasmo. No primeiro tempo, os alemães foram melhores, mas o placar não saiu do zero a zero. Na segunda etapa, a Azurra voltou melhor. Paulo Rossi abriu o placar aos 12 min., Tardelli ampliou aos 24min e Altobelli fez o terceiro. Breitner aos 38 descontou para os alemães.
Final: Itália 3 x 1 Alemanha
Campeão: Itália
Vice Campeão: Alemanha.
O Brasil na Copa
O Brasil teve ótimas seleções ao longo de sua história. Mas poucas deram tanta confiança ao povo brasileiro quanto a de 82. O país inteiro dava como certo o tetra brasileiro. E não era para menos. A equipe, comandada por Telê Santana, era unanimidade nacional.
Na estreia, o Brasil teve um jogo duríssimo contra a União Soviética e venceu por 2 a 1 de virada. Os soviéticos ainda tiveram um gol anulado e um pênalti não marcado. No segundo jogo contra a Escócia, a seleção brasileira venceu por 4 a 1, onde também levou o primeiro gol. No terceiro jogo, os brasileiros venceram a Nova Zelândia por 4 a 0, classificando-se em primeiro lugar do grupo.
Na segunda fase, o Brasil teve pela frente duas grandes seleções do futebol mundial: Argentina e Itália. No primeiro jogo contra os argentinos, a seleção canarinho, com um futebol encantador, venceu por 3 a 1, onde até o craque Argentino Diego Maradona não se conteve e foi expulso, após um chute no jogador Batista. Como a Itália já tinha vencido a Argentina, brasileiros e italianos decidiriam para ver quem iria passar para a semifinal.
No jogo contra a seleção italiana, o Brasil era o grande favorito, e precisava apenas de um empate para passar a semifinal. O jogo não foi como os brasileiros esperavam. A Itália, até então desacreditada, realizou uma partida memorável. Com uma marcação forte sobre os brasileiros, os italianos abriram o placar logo aos 5 min com Paolo Rossi. Aos 12 min, Sócrates empatou para o Brasil. Aos 25 min novamente Paolo Rossi fez o segundo gol da Itália, após um erro do jogador Toninho Cerezo, terminando o primeiro tempo em vantagem para a seleção Azurra. No segundo tempo, aos 23min, Falcão empatou novamente para a seleção canarinho. Quando tudo parecia encaminhar para a classificação do time brasileiro, o iluminado, Paolo Rossi, aos 29min, marcou o terceiro gol para a seleção italiana, decretando números finais ao jogo. Esse jogo ficou marcado para os brasileiros como "A Tragédia do Sarriá."
O que teria acontecido no dia 5 de julho de 1982? Telê era pé-frio? Faltou escalar ponta? Faltou Roberto Dinamite no lugar de Serginho? Faltou dar chutão contra a Itália? A grande resposta só quem pode dar são os deuses do futebol. O que podemos dizer é que "A tragédia do Sarriá" fez com que as casas e ruas do país enfeitadas com as cores da bandeira, vestissem luto após o jogo.
Essa Copa foi marcada como uma das maiores injustiças da história. A seleção brasileira, comandada pelo "Mestre" Telê Santana, desfilou pelos gramados um futebol fantástico. Com um quarteto mágico formado por Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico, além de Júnior, Leandro e Éder, o Brasil encantou o mundo, jogando um futebol arte e ofensivo. O destino não quis que essa seleção fosse campeã, mas para os amantes do futebol, vai ficar pra sempre marcado como um dos melhores times de todos os tempos que jogou uma Copa do Mundo.
Essa Copa foi marcada como uma das maiores injustiças da história. A seleção brasileira, comandada pelo "Mestre" Telê Santana, desfilou pelos gramados um futebol fantástico. Com um quarteto mágico formado por Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico, além de Júnior, Leandro e Éder, o Brasil encantou o mundo, jogando um futebol arte e ofensivo. O destino não quis que essa seleção fosse campeã, mas para os amantes do futebol, vai ficar pra sempre marcado como um dos melhores times de todos os tempos que jogou uma Copa do Mundo.
Segundo Falcão, o sentimento no dia seguinte foi de abatimento geral. “A gente não tem noção. É como se tivesse acordado sem ter dormido. Parados. Cansados. Evidentemente derrotados. Mas a gente vai se mexendo, juntando os cacos. Estranhamente, foi a primeira e única vez que vi, nesse período como atleta, como treinador e como jornalista, a imprensa brasileira triste. Chocada. Derrotada como o time. Isso é raro. Por quê? Porque viveram com aquela seleção, se emocionaram. A seleção jogava um futebol bonito, vistoso. Isso fez com que a imprensa sofresse junto. Foi um baque”. A sensação teve o retrato visual imortalizado na capa do Jornal da Tarde, que estampou o rosto emocionado de um menino de 10 anos, vestindo a camisa da Seleção, apenas com os dizeres: Barcelona, 5 de julho de 1982.
Colocação: 5º lugar
Estatísticas
Times: 24
Número de jogos: 52
Número de gols: 146
Média de gols: 2,8
Total de público: 2.109.723
Média de público: 40.571
Melhor ataque: França - 16 gols
Pior ataque: Camarões e El Salvador - 1 gol
Melhor defesa: Camarões - 1 gol
Pior defesa: El Salvador - 13 gols
Cartões amarelos: 98
Cartões vermelhos: 5
Mais indisciplinado: Itália - 11 amarelos
Mais disciplinado: Nova Zelândia - Nenhum cartão amarelo
Artilheiro: Paolo Rossi (ITA) - 6 gols em 7 jogos
Melhor jogador: Paolo Rossi (ITA)
Curiosidades
A Guerra das Malvinas, estourada entre Argentina e Reino Unido semanas antes da Copa, chegou a ameaçar a presença das três seleções britânicas classificadas ao torneio: Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte. Considerável opinião pública do Reino Unido era contra a participação de suas seleções, pois, na visão dela, disputar o torneio seria um desrespeito aos mortos na guerra e Copa serviria para desviar a atenção da população para um assunto mais importante. Por fim, a então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher convenceu o parlamento de que disputar o mundial ajudaria a levantar o moral da população e, principalmente, das próprias tropas. Outro reflexo do conflito foi a saída do meia argentino Osvaldo Ardiles do Tottenham, equipe inglesa onde jogava e era ídolo.
Falcão (Roma-ITA) e Dirceu (Atlético de Madrid-ESP) foram oficialmente os dois primeiros jogadores que atuavam fora do Brasil convocados para uma Copa. Em 1934, Patesko e Luiz Luz atuavam no Uruguai, mas foram inscritos como atletas da CBD porque, naquela época, o Brasil só permitia amadores na seleção, e os times uruguaios eram profissionais.
Três técnicos brasileiros trabalharam no Mundial: além de Telê Santana, Tim dirigiu o Peru e Carlos Alberto Parreira comandou o Kuwait.
Na vitória por 2 a 1 do Brasil sobre a União Soviética, os travessões do estádio Sanchez Pizjuan, em Sevilha, estavam 2,5 cm mais baixos que o estipulado pela FIFA. O problema foi descoberto no dia seguinte.
A audiência acumulada de todos os jogos da Copa foi surpreendente. Cerca de 10 bilhões de telespectadores assistiram aos jogos do Mundial pela TV.
Antes de embarcar para a Espanha com a seleção, o lateral Júnior gravou e lançou um compacto (disco de vinil em tamanho pequeno) com a música "Povo Feliz", mais conhecida como "Voa Canarinho", que foi a música-tema da equipe para o mundial. A música fez tanto sucesso no Brasil, que o compacto vendeu mais de 200 000 cópias durante a realização da copa.
A maior goleada de todas as Copas registrada nesta edição: Hungria 10 x 1 El Salvador. O atacante húngaro Laszlo Kiss se tornou o primeiro reserva a marcar três gols em uma partida de Copa do Mundo. Ao marcar o gol de honra de El Salvador, o meia Ramirez se tornou o maior jogador de futebol daquele país, virando ídolo nacional, e seu apelido era "El Pelé".
O brasileiro Tim foi o técnico da Seleção Peruana na Copa da Espanha. Ele jogou a Copa de 1938 pelo Brasil.
No jogo entre Iugoslávia 0 x 0 Irlanda do Norte, o atacante norte-irlandês Norman Whiteside se tornou o jogador mais jovem a disputar um jogo de Copa do Mundo aos 17 anos e 41 dias. Superando um recorde que antes era do brasileiro Pelé.
A conveniência marcou a partida entre Alemanha e Áustria. Os alemães precisavam da vitória para tomar a vaga da Argélia. Quando Fischer fez 1 a 0, placar que também garantia a Áustria na fase seguinte, os dois times passaram a tocar bola no meio de campo. Em entrevista, um dos jogadores daquela partida, o alemão Hans-Peter Briegel, confirmou a armação e pediu desculpas aos argelinos.
O príncipe do Kuwait, Fahad Al-Ahmed Al-Jaber Al-Sabah, não se contentou apenas em invadir o campo e paralisar o jogo com a França quando o seu time perdia de 3 a 1 e tomou o quarto gol em flagrante impedimento do atacante francês Girèsse. No dia seguinte, mesmo tendo conseguido anular o gol, ele acusou a FIFA de ser dominada pela máfia e acabou sendo punido pela entidade com multa de 11 000 dólares estadunidenses. O príncipe teria um fim trágico: em 1990, foi assassinado junto com outros membros do Comitê Olímpico Kuwaitiano (do qual era presidente), sob ordens de Saddam Hussein, que, por ter invadido o Kuwait, vira o Comitê Olímpico Iraquiano ser banido pelo Comitê Olímpico Internacional.
Honduras produziu uma das cenas mais comoventes da Copa de 1982. Sonhando em conseguir uma vaga para a segunda fase da competição, o time segurou o 0 a 0 contra a Iugoslávia até 42 minutos do segundo tempo. Aí a zaga cometeu um pênalti infantil e Honduras acabou derrotada. No final da partida, todo o time chorou copiosamente no gramado.
O sistema de desempate através dos pênaltis foi introduzido em 1978, mas só entrou em vigor no Mundial da Espanha. A Alemanha derrotou a França por 5 a 4 e se classificou para a final do torneio. Nesse mesmo jogo, o goleiro alemão Harald Schumacher pulou em cima do francês Patrick Battiston dentro da área. O juiz não marcou pênalti, deu tiro de meta e Battiston ficou desacordado em campo. A pancada lhe custou apenas um dente, pago pelo próprio Schumacher, que foi perdoado e foi até convidado para o casamento do francês.
Todas as vezes que o ônibus da Seleção Brasileira foi do hotel para o estádio, o fez por um mesmo caminho, e sempre voltou por um outro. A rotina só foi mudada no fatídico dia 5 de julho, quando o ônibus enveredou na ida pelo caminho que costumava fazer a volta. Mais: naquele dia, a TV não funcionou. Nesse dia, também pela primeira vez, desde o início da Copa, a seleção não posou para fotos, justamente no dia da derrota contra a Itália.
O zagueiro italiano Claudio Gentile marcou Zico brilhantemente, chegando ao ponto de rasgar a camisa do "galinho" dentro da área, mas o juiz israelense Abraham Klein não marcou pênalti, pois havia paralisado o lance, assinalando impedimento do jogador brasileiro. Gentile já havia exercido marcação igualmente truculenta sobre Maradona, na partida anterior.
O jogo da derrota do Brasil frente à Itália ficou conhecido como "A tragédia do Sarriá ou a A Batalha de Sarriá". O Estádio Sarriá não existe mais, pois o Espanyol (dono do estádio) possuía muitas dividas em meados dos anos 1990 e, para quitá-las, teve que vender o terreno para uma construtora, que o demoliu em agosto de 1997 e montou no lugar um luxuoso conjunto residencial. Durante doze anos, o Espanyol comandava seus jogos em casa no Estádio Olímpico Lluís Copanys, sede principal das Olimpíadas de 92. Em 2009, o clube inaugurou o seu novo estádio, o Cornelà-El Prat.
Foi nessa edição que o brasileiro Arnaldo César Coelho se tornou o primeiro juiz não-europeu que apitou uma final de Copa do Mundo. As duas finais seguintes também seriam apitadas por dois não-europeus: a de 1986 pelo também brasileiro Romualdo Arppi Filho e a de 1990 pelo mexicano Edgardo Codesal.
Ao marcar o gol de honra da Alemanha Ocidental na final, o zagueiro Paul Breitner se tornou o terceiro jogador a fazer gol em duas finais de Copa do Mundo (ele havia feito na final de 74), igualando o feito dos brasileiros Vavá (que marcou nas finais de 58 e 62) e Pelé (58 e 70). O francês Zinedine Zidane repetiria o feito ao marcar gols nas finais das copas de 98 e 2006.
Com a conquista da Itália, o goleiro e capitão Zoff entrou para a história ao se tornar com 40 anos de idade o jogador mais velho a ser campeão mundial de futebol.
Foi a primeira copa em que todos os continentes foram representados. A Europa mandou a Espanha 13 seleções, a América do Sul 4, as Américas do Norte e Central (Concacaf) e África 2 cada uma e a Ásia e Oceania 1 cada uma. Esse fato iria se repetir somente 24 anos depois na Copa do Mundo FIFA de 2006 na Alemanha.
Mascote: Naranjito
A Espanha inovou na escolha de sua mascote, obra dos artistas espanhóis María Dolores Salto e José Maria Martín Pacheco. Foi a primeira vez que uma comida – a laranja – foi escolhida para representar o evento. A fruta típica do país usa um uniforme da seleção. O nome é o diminutivo masculino de “naranja”, a palavra espanhola para laranja. Assim como as anteriores mascotes mexicana e argentina, Naranjito carrega uma bola de futebol. A carismática frutinha acabou se tornando uma das mais populares mascotes das Copas do Mundo. Ganhou até o próprio programa de TV, transmitido na Espanha em rede nacional. “Fútbol en Acción” contava com a participação de outros dois personagens animados.
Fontes
Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar
www.guiadoscuriosos.com.br
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