País sede: Chile
Participantes:
União Soviética, Iugoslávia, Alemanha Ocidental, Itália, Suíça, Tchecoslováquia, Espanha, Hungria, Inglaterra, Bulgária, Chile, Brasil, Uruguai, Argentina, Colombia e México.
História
Quatro países se candidataram para sediar a Copa de 1962: Espanha, Alemanha Ocidental, Argentina e Chile. Os europeus eram os favoritos, mas a FIFA tinha decidido que depois de duas copas seguidas no continente europeu (Suíça em 1954 e Suécia em 1958), era a vez da América Latina. Sendo assim, só sobravam as candidaturas de argentina e chilena.
A Argentina vinha pleiteando o direito de sediar uma Copa desde 1930. Já o Chile só apresentara sua candidatura em 1952, e era considerado um país sem condições necessárias para realizar um evento daquele porte.
Porém, em Junho de 1956, na Inglaterra, onde os 56 países membros votavam, o Chile acabou ganhando o páreo, com 32 votos, influenciado pelo discurso emocionado de Carlos Dittborn Pinto, filho do cônsul geral do Chile no Brasil e presidente do Comitê organizador da Copa. A Argentina só obtivera 10 e 14 países se abstiveram da votação.
Com o direito de sediar a Copa, os chilenos começaram a montar a infraestrutura necessária para a competição, liderados pelo brasileiro naturalizado chileno Carlos Dittbom, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol. O Estádio Nacional teve sua capacidade de 45 mil espectadores aumentada para 70 mil, e um novo estádio foi construído em Viña Dela Mar, o Sausalito.
Em Maio de 1960, quando os preparativos iam de vento em popa, o país foi pego de surpresa por um terremoto que registrou 9,5 pontos na escala Richter, o maior registrado na história mundial recente.1 O tremor tinha deixado cinco mil mortos e 25% da população desabrigada, além de lançar dúvidas sobre a capacidade do Chile de sediar a Copa depois da tragédia.
Em face desses problemas, Dittborn pronunciou a frase que acabaria se tornando o slogan não oficial da competição: " Porque nada tenenos , lo haremos todo" (porque nada temos, faremos tudo). A FIFA lhe deu um voto de confiança e as obras foram terminadas em tempo recorde.
Dittborn, porém, não viveu para ver o resultado de seus esforços. Ele sofreria um ataque cardíaco em 28 de abril de 1962, um mês antes da Copa. O estádio de Arica foi batizado em sua homenagem.
Três dias antes da Copa, a FIFA se reuniu em Santiago e decidiu as regras para a naturalização de jogadores. As medidas visavam a acabar com a troca de países por parte de jogadores. Exemplos clássicos incluiam Di Stefano e Puskas, ídolos respectivamente da Argentina e da Hungria, que nessa Copa iriam jogar pela Espanha. Ainda havia o caso de Mazola, que jogou a Copa de 1958 pelo Brasil e em 1962 atuou pela Itália. E também houve o caso de Santamaria que jogou a Copa de 1954 pelo Uruguai e em 1962 jogou pela Espanha.
As regras determinavam que a partir da próxima copa (1966) um jogador só poderia jogar por uma seleção se nunca tivesse participado pela seleção de outro país em partidas oficiais.
Outra polêmica da Copa seria em relação ao doping. O assunto tinha sido levantado pelo Congresso Médico de Santiago. Di Stéfano teria dito então que não via nenhum problema em um jogador tomar pílulas estimulantes. A declaração provocou revolta no Chile, que pediu providências à FIFA. O problema, porém, era como combater tal ação. Apesar do exame de urina já existir, não havia uma lista oficial de substâncias proibidas. O único país na época que tinha uma legislação antidoping era a Itália. Portanto, é provável imaginar que muitos jogadores tenham usado diversas substâncias na Copa para aumentar seu desempenho.
O Brasil na Copa
Não se mexe em time que está ganhando. Poucos levaram essa máxima tão a sério quanto a CBD no planejamento para 1962. Como se tivessem parado no tempo, a comissão técnica e os jogadores eram praticamente os mesmos de quatro anos antes.
João Havelange, então presidente da Confederação Brasileira de Desportos, manteve Paulo Machado de Carvalho como chefe da delegação e, na comissão técnica, substituiu o treinador Vicente Feola, que enfrentava problemas de saúde por Aymoré Moreira.
A equipe que iniciou o Mundial de 1962 tinha apenas duas mudanças em relação a que disputou a final de 1958. A dupla Bellini e Orlando foi substituída por Mauro Ramos e Zózimo, que eram seus reservas na Copa anterior.
A terceira alteração, involuntária, foi a escalação de Amarildo depois que Pelé se machucou. Até Nilton Santos, aos 37 anos, manteve-se no time.
Na estreia , contra os mexicanos, a equipe só venceu por 2 a 0 graças a duas jogadas isoladas de Pelé. No segundo jogo, diante da Tchecoslováquia, um adversário difícil como foi o México, Pelé sofreu uma distensão muscular, foi obrigado a deixar o time e surgiu uma dúvida na cabeça dos brasileiros: seria possível ganhar a Copa sem ele? O jogo acabou em zero a zero. O jogo seguinte contra a Espanha foi a "prova de fogo". Se perdesse estaria eliminado na primeira fase. Já perdia por 1 a 0 quando Nilton Santos obstruiu um adversário dentro da área. Malandro deu dois passos para fora da área, e o árbitro (que era chileno) marcou apenas a falta. Na cobrança Puskas fez um golaço de bicicleta, mas o juiz anulou, aparentemente, sem motivo algum. Faltando 20 minutos para terminar o jogo, Amarildo que substituiu Pelé marcou duas vezes e virou o jogo.
Nas quartas de final, Garrincha entra em cena e começa a brilhar na Copa. Diante dos ingleses, Mané só não fez chover. Fez dois gols e deu passe para Vavá marcar, e o Brasil ganhou por 3 a 1.
Na semifinal contra o Chile, Mané fez mais dois gols e Vavá também dois, decretando o placar por 4 a 2.
Na final contra a Tchecoslováquia, o Brasil teve grandes problemas: já não tinha Pelé, Garrincha que estava fortemente gripado e Didi que já não era mais o mesmo de quatro anos antes. Os tchecos abriram o placar, mas Amarildo cinco minutos depois empatou. Zito marcou o segundo e Vavá marcou o terceiro, decretando o placar por 3 a 1.
Final: Brasil 3 x 1 Tchecoslováquia
Campeão: Brasil
Vice-campeão: Tchecoslováquia
Estatísticas
Times: 16
Jogos: 32
Número gols: 89
Média de gols: 2,8
Total de público: 899.074
Média de público: 28.096
Melhor ataque: Brasil - 14 gols
Pior ataque: Bulgária - 1 gol
Melhor defesa: Alemanha Ocidental e Itália - 2 gols
Pior defesa: Colômbia: 11 gols
Artilheiro: Drazen Jerkovic (IUG) - 5 gols em 6 jogos
Melhor jogador: Garrincha (BRA)
Curiosidades
Na semifinal entre Brasil e Chile, Garrincha foi expulso por ter feito uma falta grave. Com isso não deveria jogar a final contra a Tchecoslováquia, já que teria que pegar no mínimo um jogo de suspensão. Convidado a depor na FIFA, o árbitro Arturo Yamasaki, informou que não tinha visto a agressão e expulsou por informações passadas pelo bandeirinha do Uruguai, Esteban Marino. A FIFA convocou o bandeirinha para depor, e ele, misteriosamente, nunca apareceu. A versão é que ele já teria retornado ao Uruguai, porém não foi visto por lá também. Nos bastidores foi comentado à época que ele teria recebido uma bela quantia em dinheiro (falou-se em US$ 15 mil) para sumir do mapa. Sem o depoimento de Marino, a agressão não ficou comprovada (fotos e filmes não eram aceitos como prova naquele tempo) e Garrincha foi liberado para jogar. Coincidência ou não, Esteban Marino foi contratado pela Federação Paulista de Futebol para atuar no Brasil alguns meses depois da Copa.
Vavá, jogador do Brasil é o único jogador a marcar gol em duas finais consecutivas (Pelé, Breitner e Zidane também marcaram em duas finais, mas não consecutivas).
Na manhã do jogo contra o Chile, a comissão técnica brasileira comprou pão e frios e os jogadores almoçaram lanches. Como o jogo era contra os anfitriões, os brasileiros ficaram com medo de que alguma coisa estranha fosse colocada na comida do hotel.
Depois de apenas três dias de competição, já havia 34 jogadores machucados. No dia seguinte subiu para 50. O balanço final entre "mortos e feridos" foi de três fraturas de pernas, uma de nariz e uma de quadril.
O mundial do Chile marcou a chegada do videoteipe ao Brasil. As fitas chegavam com dois dias de atraso, mas, pela primeira vez, o povo conseguiu assistir aos jogos da seleção no exterior.
Alguns jogadores, como o argentino Di Stefano, criaram polêmica ao afirmar que não viam problema em tomar pílulas estimulantes. Como não havia uma lista de substâncias proibidas, suspeita-se que muitos atletas tenham jogado dopados.
O Brasil de 1962 foi o campeão que utilizou menos jogadores durante a Copa: apenas 12. A única substituição foi a entrada de Amarildo no lugar do lesionado Pelé.
A média de idade de 30 anos e seis meses é a mais alta de uma seleção campeã mundial. A Itália de 2006 vem em segundo, com 29 anos e dois meses.
Por superstição , os jornalistas que presenciaram a vitória do Brasil na estreia foram obrigados a repetir a roupa em todos os jogos. Quem trocasse era impedido pelos companheiros de entrar.
Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação, embarcou para o Chile com o mesmo terno marron que usara quatro anos antes, no embarque para a Suécia.
O Colombiano Marcos Coll fez o primeiro e único gol olímpico da história das Copas, no jogo onde a Colombia empatou com a União Soviética por 4 a 4.
Por falha no regulamento, asiáticos e africanos ficaram fora da Copa.
Fontes
Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar
Show de bola!!!as curiosidades que são da hora!!!
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