Genética
Já são comuns os exames que detectam a predisposição para esportes. Um dos genes mais estudados atualmente no futebol é o ACTN3, que codifica a produção de uma proteína chamada alfa actinina 3. Se um jogador produz muito dessa proteína, sua explosão muscular é maior, pois ela contribui diretamente para que os músculos possam realizar mais movimentos de força e repetição. Logo nas categorias de base, atletas que produzem a proteína em grande quantidade são encaminhados para jogar no ataque. Jogadores que têm fibras musculares menos elásticas viram volantes e zagueiros.
Termografia
Todas as grandes seleções da Copa utilizam uma técnica para prever lesões chamada termografia. O exame começa com uma máquina capaz de fotografar as leituras de calor dos objetos. São tiradas duas fotos, uma de frente e uma de costas, e as áreas a ser estudadas são mapeadas. As imagens mostram a diferença de calor nos diferentes grupos musculares. As partes mais avermelhadas são as mais desgastadas e indicam que o músculo está prestes sofrer uma lesão e precisa de cuidado especial.
Alter-G
Criada nos laboratórios da Nasa, a Alter-G é uma espécie de esteira antigravidade. O atleta em recuperação de lesões entra na máquina, seleciona quanto quer pesar para não sentir dor e começa a correr. Com a gravidade reduzida, o jogador consegue iniciar o trabalho de fortalecimento muscular, mesmo após uma cirurgia ou um tratamento delicado, já que a Alter-G permite a realização de exercícios seguros, sem a necessidade de suportar o peso real do corpo. Para alguns jogadores, a recuperação foi até 70% mais rápida.
Ideia do Espaço
O projeto da Alter-G surgiu em um hangar da Nasa no Vale do Silício. A ideia era analisar como os astronautas poderiam fazer exercícios físicos no espaço com o objetivo de prevenir ou minimizar a perda óssea e a astrofia muscular devido ao efeito da falta de gravidade. Hoje, a máquina é utilizada por quase todos os grandes times de futebol da Europa, alguns do Brasil, além de times da NBA e da liga de futebol americano NFL.
Quanto corre um jogador em 90 minutos?
1950 - 4 km - Não havia preparador e o máximo que os jogadores faziam era se alongar
1966 - 6 km - Começa a era dos jogadores atletas e brucutus
2014 - 10,8 km
Nos anos 70, pesquisadores passaram a estudar o futebol, e a tecnologia acelerou esse processo. Hoje, o sistema de câmeras em um estádio é capaz de mapear as ações dos 22 jogadores no gramado, analisando as velocidades, distâncias percorridas e áreas pelas quais eles se movimentam. O esporte se tornou bem mais complexo do que no passado. Em média, um jogador percorrer quase 12 quilômetros num jogo. No mesmo tempo, um maratonista percorrer quase 42 km, mas sem obstáculos.
Estudos mostram que um jogador profissional, em média, chega a mudar de atividade física 1.100 vezes durante uma partida, intercalando diversos tipos de movimento. Ele ainda fica nove minutos parado, anda por cerca de 3 km, trota outros cinco quilômetros, e corre em alta velocidade por 3 km, numa velocidade acima de 20 km/h.
Contra a Croácia, Neymar surge em vários pontos do campo. Diante do México, mais pela esquerda (Foto: Ed. de arte)
Essa evolução na preparação dos atletas vem para melhorar na recuperação de lesões, e até evita-las. Aumentou também a velocidade, os atletas são mais exigidos fisicamente, e os jogos ficaram mais dinâmicos. Em contra partida com o estudo do gene ACTN3, atletas que produzem essa proteína em grande quantidade são encaminhados para jogar no ataque, por ter mais explosão muscular. Mas será que isso também não vai atrapalhar o desenvolvimento técnico do atleta? Será que o atleta que possui essa grande quantidade de proteína tem qualidade técnica de jogar no ataque?
Fontes
Revista Info Exame - Editora Abril
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