A Evolução das Camisas de Futebol

História

O primeiro registro de um uniforme de futebol ocorreu em partidas entre escolas inglesas, embora muitas vezes as equipes só fossem diferenciadas pela utilização de bonés ou faixas coloridas. Em 1867, um manual da Universidade Cambridge recomendava que os times tentassem atuar com roupas de cores diferentes. 

 

A camisa de 1950

A seleção começou sua história usando branco, em 1914, no jogo contra a equipe inglesa Exerter City. Com a derrota na final de 1950, no entanto, o uniforme foi aposentado e, de um concurso nacional, saiu o design da emblemática amarelinha.

Os times tinham um único uniforme. Apenas duas seleções usaram uniformes número 2: Espanha e Inglaterra.

O Brasil na Copa de 1950 usou a camisa branca de algodão com gola azul e pesava cerca de 400 gramas, mas ao final da partida, chegava a 450 gramas, encharcada de suor.

A camisa de 1994

A seleção brasileira que venceu a Copa de 1994 teve uma camisa que se tornou célebre por causa da inovação em seu desenho, com três escudos estampados como marca-d'água. Logo na primeira semana, 50.000 camisas foram vendidas.



Fôlego Extra

Com o poliéster, a pulsação média dos jogadores caiu 3,5%. Isso representa um aumento de cerca de 15% na resistência física do atleta.

A Copa de 1994 marcou uma das maiores evoluções tecnológicas em campo: todos os times passaram a usar camisas sintéticas, feitas de poliéster.



 

A camisa de 2014

Sem fios                                                                                                                              

Uma novidade da camisa canarinho é a sua costura, que usa cola no lugar de fios, algo semelhante ao que é feito com os uniformes dos pilotos de Fórmula 1. O objetivo é reduzir ainda mais o peso total. A nova camisa pesa apenas 134 gramas.

Mais leve

O uniforme completo desta Copa pesa 16% menos que o anterior. Os calções são feitos com 100% poliéster reciclado, enquanto o tecido da camisa tem 96% do material e 4% de algodão orgânico.

 

 

Respiro

Existem diversas zonas de ventilação pela camisa. Essas áreas são compostas de pequenos furos cortados a laser, que vão das axilas ao quadril e garantem que o ar circule para manter o conforto.

Feita de Garrafa Pet

A camisa é feita com material reciclado. São 18 garrafas plásticas, recolhidas em lixões do Japão e Taiwan, para cada camisa. Elas são lavadas e cortadas em pequenos flocos, que derretidos se transformam em fios bem finos de poliéster.

Para criar a nova camisa, feita de microfibra de poliéster, todos os jogadores tiveram o corpo escaneado, o que possibilitou um ajuste personalizado.
 

 

Estudo das camisas

O fisiologista Turíbio Leite de Barros, ex-médico do São Paulo Futebol Clube, realizou uma experiência dentro de um laboratório climatizado a 25ºC, na Unifesp, para verificar qual material esportivo é o mais eficiente. Utilizando três camisas diferentes, um atleta caminhou 5 minutos, depois correu 15 minutos e descansou 10. O estudo mediu a temperatura entre a roupa e o corpo. Quanto mais quente o uniforme, menos o organismo precisa trabalhar para manter o equilíbrio térmico.

1950

Com o suor, a fibra da camisa resfria e encharca, aumentando o peso. A umidade diminui a possibilidade de a pele respirar e causa calafrios.

5 min - 30,4ºC                                 20 min - 28,9ºC                              30 min - 23,6ºC

1994

A camisa tem baixa absorção de suor, o que faz o material "colar" na pele, atrapalhando a performance. Molhada, ganha cerca de 10 gramas.

5 min - 32,0ºC                                 20 min - 33,0ºC                             30 min - 32,0ºC

2014

A tecnologia dri-fit, presente na camisa de microfibra de poliéster, extrai o suor do corpo para fora do tecido, gerando evaporação mais rápida.

5 min - 28,9ºC                               20 min - 29,7ºC                              30 min - 29,6ºC

A Guerra das Camisas

As marcas de material esportivo disputam um mercado avaliado em 5 bilhões de dólares por ano. Apesar de a Nike vestir mais seleções na Copa, a agência Bloomberg calcula que a Adidas tem 10% mais chance de vencer o torneio, por contar com times tradicionalmente mais fortes.

Nike = 10 países (Brasil, EUA, Portugal, França, Holanda, Inglaterra, Coréia do Sul, Austrália, Croácia e Grécia).

Adidas = 8 países (Alemanha, Argentina, Espanha, México, Colômbia, Rússia, Japão e Nigéria).

Puma = 8 países (Itália, Uruguai, Chile, Suíça, Costa do Marfim, Camarões, Gana e Argélia).

Outros = 6 (Marathon-Equador, Uhlsport-Irã, Lotto-Costa Rica, Joma-Honduras, Burrda Sport-Bélgica e Legea-Bósnia).

Últimos campeões

2010 Adidas - Campeão Espanha

2006 Puma - Campeão Itália

2002 Nike - Campeão Brasil

Fonte: Revista Exame/Info - Editora Abril