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domingo, 30 de março de 2014

O pai de João Havelange escapou de estar no Titanic


Em 1912, o pai do ex-presidente da Fifa, João Havelange, comprou uma passagem para a viagem inaugural do transatlântico Titanic. Só que ele chegou atrasado ao porto e perdeu o navio, para sua grande sorte.
 
Fonte: Loucuras do Futebol - Emedê

Alemania 1974 Final: Holanda (vs) Alemania


Copa do Mundo 1974-Análise Tática da Holanda por Marcelo


Copa 1974

País sede: Alemanha Ocidental

 

 
 

Participantes

Alemanha Ocidental, Alemanha Oriental, Iugoslávia, Escócia, Holanda, Suécia, Bulgária, Polônia, Itália, Chile, Brasil, Uruguai, Argentina, Haiti, Zaire e Austrália.
 

História

Essa Copa marcava a estreia da Taça Fifa, substituída da Jules Rimet, cedida em definitivo ao Brasil, primeiro tricampeão mundial.
 
Os favoritos para a Copa eram Holanda com seu carrossel, Alemanha (que tinha base do Bayer de Munique, então campeão europeu), Brasil que era o atual campeão mundial e a Itália. Polônia e Iugoslávia que eliminaram Inglaterra e Espanha nas eliminatórias, e a Argentina, corriam por fora.
 
As seleções da Alemanha Oriental, da Austrália, do Haiti e do Zaire faziam sua primeira participação na competição.
 
A grande revelação desta copa foi a Seleção Holandesa de Futebol, que, sob a batuta de Rinus Michels, voltou à copa após 36 anos de ausência, desde a sua segunda participação, em 1938, na França, utilizando como base o AFC Ajax, campeão mundial interclubes em 1972, e o Feyenoord, campeão mundial interclubes em 1970.
 
A seleção holandesa era conhecida como "Laranja Mecânica" e "Carrossel Holandês", devido à tática de Michels de alternar os jogadores em suas posições. O destaque dessa equipe era Johan Cruijff, que atuava bem tanto na defesa, quanto no meio-campo ou no ataque. De longe, era a seleção favorita ao título, tanto por seu modo atordoante de jogar futebol quanto por ser responsável pela eliminação da seleção brasileira, que defendia o título, e contava com jogadores que atuaram na Copa de 1970, como Jairzinho e Rivelino.
 
A Holanda  revolucionou o futebol mundial implementando um sistema tático onde os jogadores não guardavam posição fixa: era o chamado carrossel holandês. Os Países Baixos, apelidados de Laranja Mecânica (em alusão ao filme de Stanley Kubrick) chegaram à final como os grandes favoritos ao título.
 
Na única vez em que as duas Alemanhas se enfrentaram em uma Copa do Mundo, a Alemanha Ocidental, demonstrando sua frieza, abriu mão de sua invencibilidade e perdeu para a Alemanha Oriental de Futebol por 1 a 0, evitando cair no grupo de Brasil e Países Baixos na segunda fase da Copa.
 
A grande final foi o encontro do futebol ofensivo holandês contra a organização tática alemã. A Holanda abriu o placar de pênalti. A Alemanha, também de pênalti, empatou o jogo. A virada da Alemanha aconteceu faltando dois minutos para o fim do primeiro tempo. No segundo tempo foi um massacre holandês contra uma aula da defesa alemã, mas o placar não foi alterado, ficando mesmo em 2 a 1 para os alemães. Alemanha sagrou-se campeã pela segunda vez na história.
 
Campeão: Alemanha Ocidental
Vice-campeão: Holanda 



Alemanha 2 x 1 Holanda, finalíssima da Copa do Mundo de 1974, no Estádio Olímpico de Munique



 O que vimos nessa Copa foi uma evolução no futebol. A Holanda inovou o futebol com o esquema tático de todos atacarem e todos defenderem ao mesmo tempo. Com um time fantástico, comandado pelo craque Johan Cruijff, o chamado carrossel holandês entrou para a história do futebol.



A 'Laranja Mecânica' em ação: lance do jogo ente Holanda x Argentina na Copa do Mundo de 1974


 

O Brasil na Copa

O Brasil, recentemente tricampeão mundial, estava com a autoestima alta. Zagallo, ainda técnico da seleção, usou a base da última Copa. Faltava o rei Pelé, que havia se aposentado da seleção em 1971. De fato, dos 22 jogadores convocados, somente nove fizeram parte da campanha do Tri, dos quais seis foram reservas naquela copa; Clodoaldo também estava cotado, mas uma contusão o tirou da equipe que foi à Alemanha Ocidental. Os titulares foram Piazza, Rivelino e Jairzinho.
 
Armado pelo técnico Zagallo no 4-3-3, o Brasil entrava em campo com a promessa de um futebol ofensivo. Mas, dentro de campo, as coisas não funcionaram assim.
 
Na estreia contra a Iugoslávia, o Brasil empatou por zero a zero. No segundo jogo, contra a Escócia, com um resultado frustrante, também empatou por zero a zero. No terceiro jogo, venceu o Zaire por 3 a 0. Esse resultado deu o segundo lugar do grupo, que superou a Escócia no saldo de gols: 3 contra 2, e com isso,  caiu no chamado "grupo da morte" que além do Brasil tinha Alemanha Oriental, Argentina e Holanda. A Iugoslávia ficou em primeiro do grupo.
 
Na segunda fase o primeiro colocado iria a final, enquanto o segundo disputaria o 3º lugar. No primeiro jogo, o Brasil venceu a Alemanha Oriental por 1 a 0, com gol de Rivelino. No segundo jogo, venceu os argentinos por 2 a 1, com gols de Rivelino e Jairzinho. A vaga na final seria decidida contra a Holanda, que também havia vencido seus dois jogos. Com um futebol mediano, apesar de ter tomado apenas um gol no torneio, a seleção brasileira levou um baile dos holandeses. Os brasileiros não encontravam espaços para organizar as jogadas, e impacientes, começaram a abusar da violência. A Laranja Mecânica percebeu que o Brasil não era nem sombra da Copa anterior, e partiu para o ataque, vencendo por 2 a 0. O resultado poderia ter sido pior se Leão não tivesse feito excelentes defesas. Zagalo mais tarde confessaria que antes do jogo, tentou e não conseguiu entender o esquema de jogo holandês.
 
Na disputa pelo terceiro lugar, com a seleção desanimada, perdeu para a Polônia por 1 a 0.
 
Colocação: 4º lugar
 

Estatísticas

Times: 16
Jogos: 38
Número de gols 97
Média de gols: 2,6
Total de público: 1.768.152
Média de público: 46.530
Melhor ataque: Polônia - 16 gols
Pior ataque: Austrália e Zaire - 0 gol
Melhor defesa: Escócia - 1 gol
Pior defesa: Haiti e Zaire - 14 gols
Cartões amarelos: 85
Cartões vermelhos: 5
Mais indisciplinado: Brasil - 10 amarelos e 1 vermelho
Mais disciplinados: Bulgaria e Itália - 2 amarelos
Artilheiro: Grzegorz Lato (POL) - 7 gols em 7 jogos.
Melhor jogador: Johan Cryff (HOL)
 

Curiosidades

Nessa Copa foi a disputa de Cruijff e Beckenbauer considerados dois dos melhores futebolistas da história do futebol mundial.
 
O Zaire (atual República Democrática do Congo) participou pela primeira vez da Copa do Mundo, ao vencer o Campeonato Africano de Nações (que era classificatório para o Mundial naquela época). Pela classificação para a Copa do Mundo, todos os jogadores receberam como prêmio do governo de seu país, casa e automóvel. Mas devida à péssima campanha no Mundial, os prêmios foram confiscados mais tarde.
 
A seleção uruguaia escapou da morte. A equipe iria para a Indonésia disputar amistosos preparatórios, mas acabou cancelando o voo. O avião que a Celeste Olímpica pegaria, caiu, matando 107 pessoas.
 
O jogador do Zaire Ilunga Mwepu protagonizou um dos lances mais esquisitos da Copa. No jogo diante do Brasil, Rivelino se preparava para bater uma falta. Após o apito do árbitro, Mwepu saiu correndo da barreira e chutou a bola longe. Anos depois, o defensor afirmou que se desesperou, pois a equipe foi ameaçada pelos guardas do ditador Mobutu Sese Seko caso levassem mais de três gols do Brasil. A partida terminou 3 a 0 para os brasileiros.
 
Cryff, jogador do Barcelona e o melhor da Copa, era considerado milionário. Seus rendimentos anuais, contando salários, premiações e publicidade, giravam em torno de 1,2 milhão dólares.
 
A taça Fifa, substituta da Jules Rimet, foi criada pelo escultor Italiano Silvio Gazzaniga. O troféu mede 36,5cm e pesa cerca de 6kg.
 
A Copa de 1974 foi a primeira em que os jogadores utilizaram números nos calções.
 
O haitiano Ernst Jean-Joseph foi o primeiro jogador punido por doping. Afastado pelo uso de efedrina, o atleta foi sequestrado pelos capangas de Jean-Claude "Bad Doc" Duvalier, ditador do Haiti, levou um surra e ficou preso por dois anos por sujar o nome do país.
 
A Escócia se tornou a primeira seleção a ser eliminada na 1ª fase sem perder um só jogo. Curiosamente, ela foi a única equipe invicta do torneio.
 
No mundial houve a estreia do chamado cartão vermelho, a primeira vitima dele na história das Copas, foi o atacante chileno Carlos Caszeliy que foi expulso aos 22 min do 2º tempo no jogo em que a  Alemanha Ocidental  venceu por 1 a 0. O próprio Caszely era opositor ferrenho do ditador chileno  Augusto Pinochet, que tomara o poder no país meses antes, após liderar um golpe de estado. Devido à sua expulsão, posteriormente Caszely foi proibido de jogar futebol em seu próprio país. Ele acabaria jogando em clubes da Espanha nos tempos politicamente mais difíceis.  Os cartões foram introduzidos em 1970, mas ninguém havia sido punido com o vermelho naquela Copa.

O mundial foi transmitido em cores pela TV em 70 países. 
 
 

Mascote: Tip & Tap 

 
 
 
 

 
Na sua vez de sediar a Copa do Mundo, a Alemanha seguiu o modelo mexicano de usar uma figura humana. Mas, dessa vez, foram escolhidas duas mascotes: O Tip e o Tap são dois garotos felizes, que provavelmente representam o fairplay entre as Alemanhas oriental e ocidental, que, apesar de separadas, participam juntas da competição esportiva. A camisa de um deles estampa a sigla WM, iniciais de Copa do Mundo em alemão; a do outro, o número 74, ano em que foi realizada a competição. A dupla passa a mensagem de união e amizade, repetida 32 anos depois na pele da mascote Goleo e sua amiga Pille, quando a Copa voltou a ser disputada na Alemanha.
 
 
 
Fontes
Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar
www.guiadoscuriosos.com.br
www.abril.com.br
 
 
 
 
 
 

 

 

 

domingo, 23 de março de 2014

A propaganda que Pelé fez para a Pumã com Chuteiras da Adidas

Nos primórdios do marketing esportivo, Pelé foi garoto-propaganda da Puma. Encantou o mundo na Copa de 1970 com chuteiras da empresa alemã. Pelo menos essa é a versão oficial, o que estava no contrato. Mas não foi o que aconteceu.
O ex-jogador Tostão, um dos destaques do tri e hoje colunista da Folha, conta outra história: Pelé jogou com chuteiras Adidas travestidas de Puma.
Aquela foi a primeira Copa em que os jogadores do Brasil tinham compromisso com uma mesma empresa, a Adidas. Ou melhor, quase todos. A exceção foi Pelé, que assinara um contrato milionário com a Puma.
Mas o craque achava o modelo da Adidas mais confortável. Pediu então ao roupeiro do time para fazer maquiagem: tirar as três listras do calçado Adidas e pôr no lugar uma única, mais grossa, igual à da Puma.
Usou o truque durante toda a competição, e o resto da história o mundo inteiro já sabe.
 
Antes do jogo contra o Peru, o Rei abaixou-se e afrouxou os cadarços e amarrou novamente, com isso, todas a câmeras focalizaram a chuteira por cerca de 30 segundos.
Comenta-se que Pelé assinara com a PUMA um contrato de US$ 100 mil por quatro anos, além de US$ 25 mil exclusivos pelo Mundial do México e direito a 5% de royalties nas vendas dos tênis.
 
 
 
 

Gols do Brasil - Copa de 1970


Os três lances de quase gols mais famosos de Pelé na Copa de 1970


Copa 1970

País sede: México

Participantes

União Soviética, Bélgica, Itália, Suécia, Inglaterra, Romênia, Tchecoslováquia, Alemanha Ocidental, Bulgária, México, El Salvador, Uruguai, Brasil, Peru, Israel e Marrocos.
 

História 

Pela primeira vez nas Copas, o critério de desempate em caso de igualdade de pontos na fase de grupos era o saldo de gols (e não mais jogos-desempate e goal average) e se dois ou mais times tivessem o mesmo saldo de gols, o desempate se daria por sorteio. Se uma partida das quartas ou das semifinais resultasse num empate após a prorrogação também haveria sorteio para definir a equipe classificada.
 
Pela primeira vez, substituições foram permitidas em Copas do Mundo. Cada time poderia fazer duas alterações durante o jogo. A União Soviética foi o primeiro time a se utilizar do expediente contra o México na partida de abertura. Viktor  Serebryanikov foi o primeiro jogador a ser substituído, pois Anatoly Puzach entrou em seu lugar após os 45 minutos iniciais.
 
Esta Copa também foi a primeira a apresentar o uso dos cartões amarelo e vermelho para advertências e expulsões respectivamente (note que as advertências e expulsões já existiam antes de 1970). Cinco cartões amarelos foram mostrados na partida de abertura entre México e URSS, enquanto nenhum cartão vermelho foi mostrado em todo o torneio.
 
As seleções de El Salvador, Israel e Marrocos faziam sua primeira participação na competição.
 
Três seleções bicampeãs ficariam com a Taça Jules Rimet definitiva caso vencesse: Brasil, Itália e Uruguai.
 
Nas semifinais desta Copa, ocorreu o chamado jogo do século, disputado entre as equipes da Alemanha Ocidental e da Itália. A partida permanecia 1 a 0 para a Itália até os 90 minutos, quando Karl Heinz Schnellinger empatou a partida e levou a decisão para a prorrogação. Nessa prorrogação, ambas as seleções protagonizaram uma sucessão de viradas de placar até que a Itália firmou a vitória em 4 a 3. Esta partida é tida como a única em todas as Copas a ter 5 gols feitos na prorrogação.
 
 

O Brasil na Copa

 
Apesar da campanha invicta nas eliminatórias, a seleção brasileira passou por diversos problemas. Após um suposto pedido do presidente Médici pela convocação de Dadá Maravilha, o técnico João Saldanha (comunista) disse: "O presidente escala o ministério, a seleção escalo eu." Depois uma derrota para a Argentina, um desentendimento com o médico Lídio de Toledo e uma tentativa "a mão armada" de intimidar o técnico Yustrich, que cobiçava publicamente seu cargo na seleção, as coisas começaram a piorar para o treinador.
O empate com o time do Bangu por 1 a 1, a 75 dias da estreia da Copa, Saldanha foi demitido.
 
Mário Jorge Lobo Zagalo, que se manteve neutro sobre o golpe  militar de 1964, foi nomeado treinador. O novo técnico promoveu mudanças na equipe. Tostão e Pelé (que para Saldanha era míope) não poderiam jogar juntos, e Rivelino deveria ser reserva. Essas ideias não agradaram aos torcedores. Em pesquisa realizada por PLACAR, o povo mostrou sua indignação: 77% gostariam de Rivelino na equipe , 84% queriam ver Tostão e 73% desejavam Pelé, que, de fato, não vivia sua melhor fase. Após um empate sem gols contra o Paraguai, onde até Pelé saiu vaiado, Zagallo resolveu atender à torcida. No jogo de despedida contra a Áustria, o Brasil venceu por 2 a 0, e a equipe que começou o segundo tempo, seria a mesma que faturaria o tri.
 
Para evitar que sofressem com o ar rarefeito, os jogadores deveriam chegar 20 dias antes. Os brasileiros levaram a orientação a sério e desembarcaram em terras mexicanas com um mês de antecedência.
 
Carlos Alberto Parreira e Claudio Coutinho (futuros técnicos da seleção) fizeram parte da delegação que desembarcou no México.
 
Na fase de grupos, o Brasil venceu a Tchecoslováquia por 4 a 1, a Inglaterra por 1 a 0 e a Romênia por 3 a 2. Nas quartas de final, a seleção brasileira venceu o Peru por 4 a 2, e nas semifinais, venceu o Uruguai por 3 a 1.
 
Na grande final, com um público de 107.412, que estava sendo disputada a Taça Jules Rimet e daria ao campeão a posse em definitivo, o Brasil venceu a Itália por 4 a 1. Pelé abriu o placar e Boninsegna empatou ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, a superioridade da seleção brasileira prevaleceu. Gerson fez o segundo, Jairzinho o terceiro e Carlos Alberto Torres completou o placar.
 
O título serviu de propaganda política, quando o país estava no auge da ditadura militar brasileira. Este título também pôs o Brasil como a primeira seleção a ser tricampeã, confirmando a superioridade brasileira em relação ao futebol mundial. O capitão Carlos Alberto Torres levantou a Taça Jules Rimet entregue pela última vez em Copas, agora em caráter definitivo.
 
O mágico toque de bola de Pelé, Tostão e Clodoaldo, os lançamentos milimétricos de Gerson, a força de Rivelino e o faro de gol de Jairzinho enlouqueceram a torcida mexicana e encantaram o mundo.
 
Em seus três mundiais anteriores, Pelé viu Didi ser o astro de 58, Garrincha em 62 e o português Eusébio em 66. O talento do Rei era inquestionável, mas faltava uma Copa para chamar de sua. O mundial do México acabou com esse trauma. O camisa 10 protagonizou lances que entraram para a história das Copas, como o quase gol do meio-campo contra a Tchecoslováquia e o drible desconcertante (sem tocar na bola) no goleiro uruguaio.
 
O Brasil que, embora tenha tido um retrospecto ruim em 1966, montou uma equipe repleta de estrelas, como Pelé, Jairzinho, Tostão, Rivellino, Gérson, Clodoaldo, Piazza e Carlos Alberto Torres. Nesta edição, o Brasil venceu todos os jogos das eliminatórias e da Copa. Esta equipe mostrou ser uma das mais eficientes de todos os tempos.
 
Campeão: Brasil
Vice-Campeão: Itália
 

Estatísticas

Times: 16
Jogos: 32
Número de gols: 95
Média de gols: 2,97
Total de público: 1.603.975
Média de público: 50.124
Melhor ataque: Brasil - 19 gols
Pior ataque: El Salvador: 0 gol
Melhor defesa Suécia e União Soviética: 2 gols
Pior defesa: Alemanha Ocidental: 10 gols
Cartões amarelos: 33
Cartões vermelhos: 0
Mais indisciplinado: Uruguai - 6 amarelos
Artilheiro: Gerd Muller (ALE) - 10 gols em 6 jogos
Melhor jogador: Pelé (BRA)
 

Curiosidades

O regulamento não previa disputa de penalidades ou jogo extra. Caso Brasil e Itália empatassem no tempo normal e na prorrogação, o campeão seria decidido no sorteio.
 
A Copa de 1970 inaugurou o uso de cartões nos mundiais. O soviético Evgeny Lovchev foi o primeiro a ser punido com o amarelo.
 
O Mexicano Juan Basaguren foi o primeiro reserva a marcar um gol. Ele fez o quarto na goleada sobre El Salvador.
 
O técnico brasileiro Mário Jorge Lobo Zagallo foi o primeiro futebolista a se tornar campeão mundial como jogador (1958 e 1962) e como técnico. Beckenbauer repetiria o feito também como treinador em 1990, já que tinha ganhado a Copa de 1974 como jogador.
 
Pelé encerrou sua carreira nas Copas do Mundo como o primeiro (e até agora único) vencedor por três vezes.
 
Jairzinho marcou pelo menos um gol em cada dos seis jogos do Brasil (no primeiro jogo, contra a Tchecoslováquia, ele marcou dois), um feito que até agora não foi repetido.
 
Após receber um cruzamento de Jairzinho, Pelé dá uma forte cabeçada, mas Gordon Banks defende de forma espetacular, tirando a bola de dentro do gol. A defesa de Banks é considerada a melhor defesa de todas as copas.
 
O Mundial foi marcado por inovações. O Videoteipe (replay) foi incorporado às transmissões televisivas, que, pela primeira vez em uma Copa, chegavam ao Brasil, ainda que a maioria dos aparelhos fosse preto e branco. Apenas alguns privilegiados na sede da Embratel, em Itaboraí (RJ), e no edifício Itália paulistano puderam assistir à imagem inédita em cores.
 
 O gol de Carlos Alberto, após uma série de passes da seleção brasileira da esquerda para o centro, é considerado pela BBC o gol mais bonito de todos os tempos. Dos onze jogadores do time brasileiro, dez tocaram na bola antes do gol.
 
Aproveitando o embalo do futebol mágico do Brasil que se exibia para o mundo, o governo brasileiro criou a loteria esportiva, mania nacional até hoje.
 
O presidente Médici disse, duas horas antes da grande final, que o Brasil bateria a Itália por 4 a 1.
 
Foi a primeira Copa a ser transmitida em cores para o mundo.

A bola de 32 gomos estreou em 70; até então, ela era formada por 16 gomos.
 
Às 19h do dia 3 de junho de 1970, foi registrado o recorde de audiência de um evento esportivo no Brasil. Todos os canais transmitiam a mesma imagem do jogo entre Brasil e Tchecoslováquia. Seria o equivalente hoje a 100 pontos no ibope.
 
O momento em que Carlos Alberto levantou a taça foi visto por 700 milhões de pessoas nos televisores do mundo todo. Um ano antes, a mesma audiência foi registrada quando o homem pisou, pela primeira vez, na lua.


Fontes
Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar
 
 
 
 
 

domingo, 16 de março de 2014

Gol Antológico no futebol da Jordânia


Loucuras do Futebol - História do gol de Pelé

Nem os árbitros resistiam à maestria de Pelé. Pelo campeonato paulista de 1962, Santos e Guarani jogavam na Vila Belmiro. Pelé deu chapéus em três zagueiros e mandou um belo chute. A bola bateu no travessão, no chão (nitidamente fora do gol) e voltou para o campo, mas o juiz da partida, João Etzel, validou o gol. Inconformados, os jogadores do Guarani correram para cima do juiz alegando que a bola não havia ultrapassado a linha. Após muita discussão e bate-boca, Etzel declarou, segundo o próprio Pelé: "Querem saber de uma coisa? Mesmo se não tivesse sido gol eu iria dar, porque a jogada foi muito bonita. É gol do Pelé e acabou".

Inglaterra x Alemanha Ocidental Final Copa do Mundo 1966


Copa 1966

País sede: Inglaterra

Participantes

Inglaterra, Itália, Alemanha Ocidental, Hungria, Suíça, Portugal, França, União Soviética, Bulgária, Espanha, Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, México e Coréia do Norte.
 

História

A Inglaterra foi escolhida como anfitriã pela FIFA em agosto de 1960 para celebrar o centenário da The Football Association, a mais antiga associação de futebol do mundo, que ocorreu em 1963.
 
A Copa de 1966 causou discordâncias antes mesmo que uma bola fosse chutada no primeiro jogo. Dezesseis nações africanas boicotaram o torneio em protesto contra uma resolução da FIFA de 1964 demandando que o vencedor da zona africana enfrentasse o vencedor da zona asiática ou da zona oceânica para se classificar à fase final. Os africanos acreditavam que vencer sua zona deveria bastar por si só para ter um lugar nas finais.
 
A sensação da Copa foi a seleção de Portugal que, comandada pelo atacante Eusébio, realizou uma performance invicta na fase de grupos, bateu a Coreia do Norte nas quartas-de-final em uma partida em que os norte-coreanos abriram 3 a 0 e a seleção portuguesa, com quatro gols do "Pantera Negra" virou para 5 x 3, e foram derrotadas pela Inglaterra na semifinal. Na disputa do terceiro lugar, ainda venceram a União Soviética.
 
Ainda que a Copa tenha conseguido grandes públicos, a competição foi marcada por ter poucos gols uma vez que as equipes começaram a jogar de maneira muito mais tática e defensiva.
 
O Brasil foi derrotado por húngaros e portugueses em partidas controversas apitadas por dois juízes ingleses, que decidiram ignorar uma grande quantidade de faltas nos brasileiros direcionadas em jogadores-chave.
 
A final foi disputada entre Inglaterra e Alemanha Ocidental, com os ingleses vencendo os alemães por 4 a 2. Mas o lance polêmico que é contestado até hoje, foi quando Hurst recebeu a bola e bateu forte em direção ao travessão. A bola tocou na baliza e pingou claramente fora do gol. Os ingleses comemoraram, o assistente e o árbitro não quiseram estragar a festa e validaram o gol.
 
A anfitriã Inglaterra, inventora do futebol, finalmente conseguiu comemorar a conquista de um título mundial. Bobby Moore, capitão da equipe, recebeu a Jules Rimet das mãos da rainha Elizabeth II.
 
Final: Inglaterra 4 x 2 Alemanha Ocidental
Campeão: Inglaterra
Vice-campeão: Alemanha Ocidental 
 

O Brasil na Copa 

O otimismo era intenso e contaminava a torcida, a imprensa e os jogadores. Como a seleção bicampeã mundial poderia perder? Quem seguraria Pelé e Garrincha, mais experientes que nas duas Copas anteriores? A revista realidade chegou a publicar uma reportagem de capa prevendo como o Brasil ganharia o tri. A euforia geral foi por água baixo logo na primeira fase.
 
A seleção formada por remanescentes do bi de 1962 e alguns jovens craques, como Tostão e Jairzinho, não engrenou.
 
A preparação festiva contribuiu para o fiasco na Inglaterra. O técnico Vicente Feola montou um grupo inchado, com 47 jogadores, que "se exibiu" em cinco cidades brasileiras, antes de embarcar para a Europa. Além disso, a preparação física feita pelo especialista em judô Rudolf Hermanny não surtiu efeito.
 
Feola não conseguiu montar um time base nem mesmo durante a Copa. Dos 22 convocados, nada menos que 20 foram utilizados nos três jogos (naquela época não eram permitidas substituições durante os jogos). O resultado dentro das quatro linhas foi um futebol apático, bem distante do apresentado nos mundiais anteriores. 
 
Na estreia, com Pelé sendo caçado em campo, o Brasil venceu a Bulgária por 2 a 0. No segundo jogo, contra uma equipe bem montada, o Brasil perdeu para a Hungria por 3 a 1. No terceiro jogo, o Brasil jogou contra Portugal, e teve a volta de Pelé que não havia jogado contra a Hungria. Com boa seleção e ainda abusando de jogadas violentas contra Pelé, o Brasil perdeu por 3 a 1 e foi eliminado logo na primeira fase. 
 
Colocação: 10º lugar
 

Estatísticas

Times: 16
Jogos: 32
Número de gols: 89
Média de gols: 2,8
Total de público: 1.635.000
Média de público: 51.093
Melhor ataque: Portugal - 17 gols
Pior ataque: México, Bulgária e Suíça - 1 gol
Melhor defesa: Argentina e Itália - 2 gols
Pior defesa: Coreia do Norte, Portugal e Suíça - 9 gols
Artilheiro: Eusébio (POR) - 9 gols em 6 jogos
Melhor jogador: Eusébio 
 

Curiosidades 

Os replays nas transmissões de TV ao vivo foram a novidade para alguns países europeus, que puderam rever lances polêmicos, como o famoso "gol que não entrou" a favor da Inglaterra na final, e as jogadas violentas que deram ao Mundial a fama de o mais violento da história.
 
Garrincha (32 anos e 8 meses) foi o jogador mais velho, e Tostão (19 anos e 5 meses) foi o mais novo a marcar gols na Copa. Entre todos os participantes da competição, Edu (16 anos e 11 meses) era o mais novo, e Djalma Santos (37 anos e 4 meses) era o mais velho.
 
A Copa de 66 não teve jogos aos domingos. Nas Ilhas Britânicas, por motivos religiosos, nenhum esporte era praticado nesse dia. A federação inglesa adotou a medida de 1949 a 1973.
 
Em sua primeira participação em Copas do Mundo, a inexpressiva Coreia do Norte conseguiu vencer a Itália por 1 a 0. O resultado despertou a ira dos torcedores italianos, que receberam sua seleção, eliminada na primeira fase, com tomates.
 
A derrota para a Hungria encerrou uma invencibilidade brasileira de 13 jogos em Copas do Mundo. A última derrota havia acontecido em 1954, justamente contra os húngaros. A partida também marcou a despedida de Garrincha pela seleção. Foi a única derrota de Mané com a amarelinha.
 
A FIFA implantou pela primeira vez, os exames antidoping. Nessa Copa, nenhum jogador foi flagrado.
 
A taça Jules Rimet foi roubada três meses antes do início dos jogos. Houve uma mobilização nacional para encontrar o troféu, mas quem o achou, enrolado em jornais em um arbusto, foi o cachorro Pickles. Seu dono, David Corbett, recebeu 3 mil libras como recompensa, o triplo do que os jogadores ingleses ganharam pelo título.
 
Desgostoso com o excesso de violência e com o fiasco brasileiro no Mundial, Pelé afirmou que nunca mais disputaria uma Copa do Mundo.
 
Pablo Forlan (Uruguai) e Jean Djorkaeff (França) cruzaram-se no dia 15 de julho de 66. Seus filhos Diego e Youri repetiram o feito na Copa de 2002.
 
A Copa de 1966 foi a primeira a ter um mascote. O leão Willie representava a força dos inventores do futebol.
 
Um mês depois da Copa, o Santos enfrentou o Benfica em Nova York. A equipe portuguesa possuía os seis principais jogadores da seleção, mas a equipe santista não tomou conhecimento e goleou por 4 a 0. O resultado deu a impressão de que, se a seleção tivesse um pouco mais de organização, poderia ter avançado mais na Copa.
 
Brasil 2 x 0 Bulgária foi o último jogo de Pelé e Garrincha juntos. Em 31 jogos oficiais, o Brasil nunca perdeu com os dois em campo.
 
 
Fontes
Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar
 

 
 
 

domingo, 9 de março de 2014

Copa 2014 - Quem é a seleção favorita para Maradona?

Maior ídolo do futebol argentino e considerado um dos melhores jogadores da história do futebol, o ex-jogador Diego Maradona deu uma declaração surpreendente sobre quem, para ele, é o favorito para a conquista da Copa do Mundo de 2014.
Atual treinador da seleção do Iraque, Diego revelou que vê a equipe comandada pelo técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, como sua aposta para levantar o Mundial.

"Sem dúvida, meu favorito é o Brasil, que já demonstrou na Copa das Confederações. Quando os jogadores brasileiros estão devidamente concentrados, creio que são imbatíveis", declarou.

Ainda sobre a Copa, Maradona não esqueceu da equipe de seu país. Autor de um dos gols mais polêmicos em Mundiais, quando fez um gol de mão na vitória sobre a Inglaterra, em 1986, no tento conhecido como "A mão de Deus", Dieguito enalteceu o atual ídolo argentino e disse que, com as atuações que ele vem tendo nas temporadas, a Argentina também é favorita.

"É preciso apostar na Argentina. Por que? Porque Messi está em seu melhor momento", finalizou.

Fonte: YAHOO

Todos os gols do Brasil na Copa do Mundo 1962


Copa 1962

País sede: Chile

Participantes:

União Soviética, Iugoslávia, Alemanha Ocidental, Itália, Suíça, Tchecoslováquia, Espanha, Hungria, Inglaterra, Bulgária, Chile, Brasil, Uruguai, Argentina, Colombia e México.
 

História

Quatro países se candidataram para sediar a Copa de 1962: Espanha, Alemanha Ocidental, Argentina e Chile. Os europeus eram os favoritos, mas a FIFA tinha decidido que depois de duas copas seguidas no continente europeu (Suíça em 1954 e Suécia em 1958), era a vez da América Latina. Sendo assim, só sobravam as candidaturas de argentina e chilena.
 
A Argentina vinha pleiteando o direito de sediar uma Copa desde 1930. Já o Chile só apresentara sua candidatura em 1952, e era considerado um país sem condições necessárias para realizar um evento daquele porte.
 
Porém, em Junho de 1956, na Inglaterra, onde os 56 países membros votavam, o Chile acabou ganhando o páreo, com 32 votos, influenciado pelo discurso emocionado de Carlos Dittborn Pinto, filho do cônsul geral do Chile no Brasil e presidente do Comitê organizador da Copa. A Argentina só obtivera 10 e 14 países se abstiveram da votação.
 
Com o direito de sediar a Copa, os chilenos começaram a montar a infraestrutura necessária para a competição, liderados pelo brasileiro naturalizado chileno Carlos Dittbom, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol. O Estádio Nacional teve sua capacidade de 45 mil espectadores aumentada para 70 mil, e um novo estádio foi construído em Viña Dela Mar, o Sausalito.
 
Em Maio de 1960, quando os preparativos iam de vento em popa, o país foi pego de surpresa por um terremoto que registrou 9,5 pontos na escala Richter, o maior registrado na história mundial recente.1 O tremor tinha deixado cinco mil mortos e 25% da população desabrigada, além de lançar dúvidas sobre a capacidade do Chile de sediar a Copa depois da tragédia.
Em face desses problemas, Dittborn pronunciou a frase que acabaria se tornando o slogan não oficial da competição: " Porque nada tenenos , lo haremos todo" (porque nada temos, faremos tudo). A FIFA lhe deu um voto de confiança e as obras foram terminadas em tempo recorde.
Dittborn, porém, não viveu para ver o resultado de seus esforços. Ele sofreria um ataque cardíaco em 28 de abril de 1962, um mês antes da Copa. O estádio de Arica foi batizado em sua homenagem.
 
Três dias antes da Copa, a FIFA se reuniu em Santiago e decidiu as regras para a naturalização de jogadores. As medidas visavam a acabar com a troca de países por parte de jogadores. Exemplos clássicos incluiam Di Stefano e Puskas, ídolos respectivamente da Argentina e da Hungria, que nessa Copa iriam jogar pela Espanha. Ainda havia o caso de Mazola, que jogou a Copa de 1958 pelo Brasil e em 1962 atuou pela Itália. E também houve o caso de Santamaria que jogou a Copa de 1954 pelo Uruguai e em 1962 jogou pela Espanha.
 
As regras determinavam que a partir da próxima copa (1966) um jogador só poderia jogar por uma seleção se nunca tivesse participado pela seleção de outro país em partidas oficiais.
 
Outra polêmica da Copa seria em relação ao doping. O assunto tinha sido levantado pelo Congresso Médico de Santiago. Di Stéfano teria dito então que não via nenhum problema em um jogador tomar pílulas estimulantes. A declaração provocou revolta no Chile, que pediu providências à FIFA. O problema, porém, era como combater tal ação. Apesar do exame de urina já existir, não havia uma lista oficial de substâncias proibidas. O único país na época que tinha uma legislação antidoping era a Itália. Portanto, é provável imaginar que muitos jogadores tenham usado diversas substâncias na Copa para aumentar seu desempenho.
 

O Brasil na Copa

Não se mexe em time que está ganhando. Poucos levaram essa máxima tão a sério quanto a CBD no planejamento para 1962. Como se tivessem parado no tempo, a comissão técnica e os jogadores eram praticamente os mesmos de quatro anos antes.
 
João Havelange, então presidente da Confederação Brasileira de Desportos, manteve Paulo Machado de Carvalho como chefe da delegação e, na comissão técnica, substituiu o treinador Vicente Feola, que enfrentava problemas de saúde por Aymoré Moreira.
 
A equipe que iniciou o Mundial de 1962 tinha apenas duas mudanças em relação a que disputou a final de 1958. A dupla Bellini e Orlando foi substituída por Mauro Ramos e Zózimo, que eram seus reservas na Copa anterior.
 
A terceira alteração, involuntária, foi a escalação de Amarildo depois que Pelé se machucou. Até Nilton Santos, aos 37 anos, manteve-se no time.
 
Na estreia , contra os mexicanos, a equipe só venceu por 2 a 0 graças a duas jogadas isoladas de Pelé. No segundo jogo, diante da Tchecoslováquia, um adversário difícil como foi o México, Pelé sofreu uma distensão muscular, foi obrigado a deixar o time e surgiu uma dúvida na cabeça dos brasileiros: seria possível ganhar a Copa sem ele? O jogo acabou em zero a zero. O jogo seguinte contra a Espanha foi a "prova de fogo". Se perdesse estaria eliminado na primeira fase. Já perdia por 1 a 0 quando Nilton Santos obstruiu um adversário dentro da área. Malandro deu dois passos para fora da área, e o árbitro (que era chileno) marcou apenas a falta. Na cobrança Puskas fez um golaço de bicicleta, mas o juiz anulou, aparentemente, sem motivo algum. Faltando 20 minutos para terminar o jogo, Amarildo que substituiu Pelé marcou duas vezes e virou o jogo.
 
Nas quartas de final, Garrincha entra em cena e começa a brilhar na Copa. Diante dos ingleses, Mané só não fez chover. Fez dois gols e deu passe para Vavá marcar, e o Brasil ganhou por 3 a 1.
 
Na semifinal contra o Chile, Mané fez mais dois gols e Vavá também dois, decretando o placar por 4 a 2.
 
Na final contra a Tchecoslováquia, o Brasil teve grandes problemas: já não tinha Pelé, Garrincha que estava fortemente gripado e Didi que já não era mais o mesmo de quatro anos antes. Os tchecos abriram o placar, mas Amarildo cinco minutos depois empatou. Zito marcou o segundo e Vavá marcou o terceiro, decretando o placar por 3 a 1.
 
Final: Brasil 3 x 1 Tchecoslováquia
 
Campeão: Brasil
Vice-campeão: Tchecoslováquia
 

Estatísticas

Times: 16
Jogos: 32
Número gols: 89
Média de gols: 2,8
Total de público: 899.074
Média de público: 28.096
Melhor ataque: Brasil - 14 gols
Pior ataque: Bulgária - 1 gol
Melhor defesa: Alemanha Ocidental e Itália - 2 gols
Pior defesa: Colômbia: 11 gols
Artilheiro: Drazen Jerkovic (IUG) - 5 gols em 6 jogos
Melhor jogador: Garrincha (BRA)
 

Curiosidades

Na semifinal entre Brasil e Chile, Garrincha foi expulso por ter feito uma falta grave. Com isso não deveria jogar a final contra a Tchecoslováquia, já que teria que pegar no mínimo um jogo de suspensão. Convidado a depor na FIFA, o árbitro Arturo Yamasaki, informou que não tinha visto a agressão e expulsou por informações passadas pelo bandeirinha do Uruguai, Esteban Marino. A FIFA convocou o bandeirinha para depor, e ele, misteriosamente, nunca apareceu. A versão é que ele já teria retornado ao Uruguai, porém não foi visto por lá também. Nos bastidores foi comentado à época que ele teria recebido uma bela quantia em dinheiro (falou-se em US$ 15 mil) para sumir do mapa. Sem o depoimento de Marino, a agressão não ficou comprovada (fotos e filmes não eram aceitos como prova naquele tempo) e Garrincha foi liberado para jogar. Coincidência ou não, Esteban Marino foi contratado pela Federação Paulista de Futebol para atuar no Brasil alguns meses depois da Copa.
  
Vavá, jogador do Brasil é o único jogador a marcar gol em duas finais consecutivas (Pelé, Breitner e Zidane também marcaram em duas finais, mas não consecutivas). 
 
Na manhã do jogo contra o Chile, a comissão técnica brasileira comprou pão e frios e os jogadores almoçaram lanches. Como o jogo era contra os anfitriões, os brasileiros ficaram com medo de que alguma coisa estranha fosse colocada na comida do hotel.
 
Depois de apenas três dias de competição, já havia 34 jogadores machucados. No dia seguinte subiu para 50. O balanço final entre "mortos e feridos" foi de três fraturas de pernas, uma de nariz e uma de quadril.
 
O mundial do Chile marcou a chegada do videoteipe ao Brasil. As fitas chegavam com dois dias de atraso, mas, pela primeira vez, o povo conseguiu assistir aos jogos da seleção no exterior.
 
Alguns jogadores, como o argentino Di Stefano, criaram polêmica ao afirmar que não viam problema em tomar pílulas estimulantes. Como não havia uma lista de substâncias proibidas, suspeita-se que muitos atletas tenham jogado dopados.
 
O Brasil de 1962 foi o campeão que utilizou menos jogadores durante a Copa: apenas 12. A única substituição foi a entrada de Amarildo no lugar do lesionado Pelé.
 
A média de idade de 30 anos e seis meses é a mais alta de uma seleção campeã mundial. A Itália de 2006 vem em segundo, com 29 anos e dois meses.
 
Por superstição , os jornalistas que presenciaram a vitória do Brasil na estreia foram obrigados a repetir a roupa em todos os jogos. Quem trocasse era impedido pelos companheiros de entrar.
 
Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação, embarcou para o Chile com o mesmo terno marron que usara quatro anos antes, no embarque para a Suécia.
 
O Colombiano Marcos Coll fez o primeiro e único gol olímpico da história das Copas, no jogo onde a Colombia empatou com a  União Soviética por 4 a 4.
 
Por falha no regulamento, asiáticos e africanos ficaram fora da Copa.
 
 
Fontes
Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar
 
 
 

domingo, 2 de março de 2014

A impressionante história de Pelé

Pelé tinha nove anos de idade quando, em 1950, o Brasil sediou a Copa do Mundo. No dia da final , 16 de julho, seu pai decidiu fazer uma festa em sua casa. Convidou amigos com suas famílias. O Brasil ia jogar a final contra o Uruguai e a festa era para comemorar a vitória brasileira. Como não havia televisão naquela época, seu contato com o futebol profissional era por meio de rádio e álbuns de figurinhas. Ele não ouviu a final inteira, pois sua casa estava cheia de adultos em volta do rádio, e para ele era mais importante ficar jogando futebol na rua. Quando o Brasil marcou o primeiro gol, a casa se encheu de gritos, as pessoas pulavam, rojões estouravam por toda a cidade. Logo depois o Uruguai igualou o placar. Então faltando cerca de 10 minutos para terminar o jogo, o Uruguai marcou novamente. Quando terminou o jogo, Pelé entrou em casa e seu pai e todos amigos absolutamente calados. Perguntou para seu pai o que tinha acontecido, e seu pai respondeu que o Brasil tinha perdido. Só de pensar daquela tarde e lembrar da tristeza que via por toda parte, até hoje fica arrepiado. Disse a seu pai, Dondinho, que não ficasse triste, mas sua mãe o puxou e disse para deixar seu pai em paz. A cidade inteira estava silenciosa. O barulho das comemorações, dos rojões estourando e dos rádios no volume máximo tinham desaparecido. Foi a primeira vez que viu seu pai chorar. Muitos amigos dele também não conseguiram se conter. Foi chocante para Pelé, pois tinha crescido acreditando que homens não mostravam suas emoções daquela maneira. Aproximou-se do pai dele e disse: "UM DIA VOU GANHAR A COPA DO MUNDO PARA O SENHOR", prometera a seu pai, tentando consolá-lo. 
Alguns dias depois daquele dia trágico, o pai de Pelé contou que algumas pessoas no Maracanã tinham chegado a morrer com o choque. Pouco tempo depois, foi no quarto de seu pai, onde tinha uma gravura de Jesus na parede e desfiou o rosário, dizendo:
"Porque isso aconteceu? Por que aconteceu com a gente? Nós tínhamos o melhor time... como pudemos perder? Por que , Jesus, por que estamos sendo castigados assim? E chorava, arrasado, conversando com a imagem de Cristo.
Sabe, se eu estivesse lá, não tinha deixado o Brasil perder a Copa. Se eu estivesse lá, a gente ganhava. Ou então o meu pai: se ele estivesse jogando, o Brasil tinha conseguido fazer o gol que precisava fazer... Não houve resposta. Era um garoto que adorava futebol, e a derrota me afetou bastante."
 

Copa do Mundo de 1958 (Final) Brasil 5 x 2 Suécia


Copa 1958

País sede: Suécia

Participantes:

Suécia, Alemanha Ocidental, Áustria, França, Tchecoslováquia, Hungria, União Soviética, Iugoslávia, Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia, País de Gales, Argentina, Brasil, México e Paraguai.
 

História

Pela segunda vez, dois países europeus sucediam-se como sede da Copa (a primeira dobradinha foi em 34 e 38, com Itália e França). Desta vez a Suécia "pegava o bastão" da Suíça na organização do torneio. (de lá para cá, os continentes se alternaram).
 
A Copa desse ano contava com equipes razoavelmente favoritas. A Alemanha Ocidental vinha para a copa com uma seleção quase igual àquela campeã em 1954, porém quatro anos mais velha. A Hungria, que havia brilhado na Copa passada, perdeu grande parte de seus jogadores devido à Revolução Húngara de 1956, vindo com uma equipe mais fraca. A União Soviética era cotada como uma das favoritas pelo fato de ter vencido as Olimpíadas de 1956. No início do ano, a Inglaterra, que tinha uma equipe forte, sofreu uma grande perda com o desastre aéreo de Munique. O marcador mais marcante na Copa foi o jogador francês Just Fontaine, que apenas nessa edição, marcou 13 gols, tornando-se o maior goleador de uma única edição em todas as Copas.
 
Esta Copa do Mundo viu a inscrição e classificação da União Soviética pela primeira vez, e a classificação de todas as nações constituintes do Reino Unido: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, com os norte-irlandeses ainda conseguindo a façanha de eliminar a Itália, bicampeã em 1934 e 1938, pela primeira (e única) vez na história da competição. Mais uma vez a organização funcionou como um relógio. A tabela com os jogos e cruzamentos das fases finais foi divulgada com antecedência. Foi usado novamente o eficiente regulamento com quatro grupos de quatro, onde todos enfrentam todos, seguido de mata-mata a partir das quartas de final. Esse sistema duraria até 1974. Não havia cabeças de chave. Seleções mais fortes foram colocadas previamente uma em cada grupo para evitar eliminação precoce. Assim, calhou o Brasil pegar as também favoritas Inglaterra e a União Soviética. "Sobrou para os ingleses, que levaram a pior diante dos soviéticos e caíram logo na primeira fase.
 
A Alemanha Ocidental só não chegou a final porque o árbitro argentino Juan Brozzi resolveu dar uma ajuda para a Suécia na semifinal. Os suecos, jogando diante de sua torcida, disputaram sua primeira e única final, o que foi uma façanha incrível, pois o time tinha sido montado às pressas, apenas para que o país sede não passasse em branco. França e Brasil foram as verdadeiras estrelas da festa.
  

O Brasil na Copa

A seleção brasileira era formada por doze atletas dos Rio de Janeiro e dez de São Paulo. Aliando juventude e equilíbrio, o Brasil pintava como favorito para o público sueco e para a imprensa estrangeira. Menos para os franceses, que insistiam no fator psicológico como ponto fraco da seleção verde e amarela. Eles acreditavam que o Brasil "amarelaria" na retal final, como em 1950, no Maracanã.
 
Na estreia, O Brasil bateu a Áustria por 3 a 0. No segundo jogo, o brasil não conseguiu repetir a mesma atuação do primeiro jogo, e empatou com a Inglaterra por zero a zero. O resultado contra a Inglaterra desagradou o técnico Feola que tomou a decisão mais feliz da história do futebol nacional: escalou Pelé e Garrincha juntos na equipe titular. Os dois infernizaram a União Soviética, e o Brasil venceu por 2 a 0. Nas quartas de final contra País de Gales, os brasileiros sofreram para furar a defesa galesa. Pelé, em uma lance individual, fez o único gol da partida. Na semifinal contra a França era hora de mostrar para os franceses que o Brasil tinha condições técnicas e psicológicas de vencer. Não deu outra: com um  show de Pelé, autor de três gols, a seleção bateu a França por 5 a 2.
 
Na grande final, mais uma vez, apenas 90 minutos separavam o Brasil da consagração. Tínhamos de provar que éramos capazes de suportar o clima tenso de uma final. Do outro lado estariam os donos da casa, motivados e até surpresos com a própria campanha. A imagem de Didi caminhando calmamente até o círculo central com a bola debaixo do braço, depois de o Brasil tomar um gol logo aos 4 minutos de jogo, feito por Liedholm,  foi a mais simbólica daquela seleção: um time talentoso, capaz de dar espetáculo, mas que tinha a cabeça e os nervos no lugar. Vavá com dois gols virou o jogo para o Brasil. Pelé com uma obra-prima fez o terceiro, Zagalo o quarto. Simonsson diminuiu para a Suécia e mais uma vez Pelé marcou dando números finais. Como os 5 a 2 no placar foram tão convincentes que George Raynor, técnico sueco, definiu em uma frase: " A seleção brasileira era tão boa que eu temia de torcer por ela".
 
O brasileiro sofria de "complexo vira-lata". A expressão foi criada pelo jornalista e escritor Nelson Rodrigues (irmão de Mário Filho, que dá nome ao Maracanã) para o sentimento que tomou conta do país depois da derrota da Copa de 1950. Mesmo quando o mundo apontava nossa seleção favorita, a torcida insistia em duvidar. Didi era o craque para todo o planeta, mas no Brasil era criticado por ser preguiçoso nos treinos. O complexo só terminaria quando viesse uma grande conquista. E ela veio.
 
Didi, após a Copa, resumiu as atuações do ponta-direira botafoguense: "Eu fazia um lançamento e tinha vontade de rir. O Mané ia passando e deixando os homens de bunda no chão".
 
Final: Brasil 5 x 2 Suécia
 
Campeão: Brasil
Vice-Campeão: Suécia
  

Estatísticas

Times: 16
Número de jogos: 35
Números de gols:  126
Média de gols: 3,6
Total de Publico: 919.580
Média de público: 26.273
Melhor ataque: Franca (23 gols)
Pior ataque: México (1 gol)
Melhor defesa: Brasil e País de Gales (4 gols)
Pior defesa: França (15 gols)
Artilheiro: Just Fontaine (FRA) - 13 gols em 6 jogos
Melhor Jogador: Didi
 

Curiosidades

Depois do sucesso de transmitir a Copa anterior de 1954, esse torneio também foi televisionado. O lançamento da segunda versão do satélite Sputnik pelos soviéticos, em janeiro de 1958, possibilitou a transmissão televisiva do torneio para os países europeus. No total, 11 países europeus aderiram ao consórcio liderado pela Sveriges Radio, estatal de Rádio e TV, que detinha os direitos de transmissão.
 
Para os países não-europeus, ficava a opção de adquirir os kinescópios dos jogos, filmados em 16 mm (ainda não havia surgido o video-tape, e os kinescópios eram o melhor meio de gravar conteúdo filmado na época). O consórcio providenciava aos interessados os kinescópios de cada partida a preço de custo, acrescido de apenas 1% de margem de lucro, para custear o trabalho das equipes de filmagem para registro dos jogos. No Brasil, a extinta TV Tupi adquiriu os kinescópios, que, anos mais tarde, puderam ser transformados em videoteipe.
 
Para a cobertura do Mundial, 2000 jornalistas se credenciaram para cobrir o evento. Dos credenciados, 200 eram jornalistas alemães.
 
A final seria disputada no  Estádio Rasunda entre Brasil e Suécia em frente a um público de 50.000. O Brasil perde o sorteio e joga de azul, pois ambos os times tinham o uniforme nº 1 em amarelo. "Nós vamos vencer, vamos jogar com a cor do manto de  Nossa Senhora Aparecida" disse o dirigente da delegação brasileira Paulo Machado de Carvalho.
 
O marroquino Just Fontaine, filho de pai francês e mãe espanhola, é até hoje o maior artilheiro em uma edição de Copa. Com a camisa da França, Fontaine marcou 13 gols.
 
Bellini foi o primeiro jogador a levantar uma taça ao recebe-la. O capitão brasileiro atendeu ao pedido dos fotógrafos, que não estavam conseguindo visualizar o troféu.
 
Graças às confusões armadas pelo árbitro brasileiro Mário Vianna na Copa de 1954, quando xingou a comissão de arbitragem da Fifa e foi tirar satisfações com o colega que apitou a derrota do Brasil para a Hungria, nenhum representante verde-amarelo foi convidado para apitar o mundial.
 
Como Brasil e Suécia jogavam de amarelo e como nesses casos o time mandante deve trocar de camisa, os brasileiros não levaram o uniforme azul para jogar a final. Mas a Fifa decidiu, por sorteio, que o Brasil deveria trocar de uniforme. O roupeiro Francisco de Assis, após muita correria, comprou um jogo de camisas por 35 dólares. Em 2004, a 10 usada por Pelé naquele dia foi vendida por 105.600 dólares. O Brasil se tornou a primeira seleção a vencer a Copa longe de seu continente. Feitosa repetiria em 2002, no Mundial da Coréia do Sul e do Japão..
 
Brasil e Inglaterra protagonizaram o primeiro zero a zero da história das Copas.
 
Nos exames médicos antes da Copa, todos os jogadores apresentaram problemas dentários. Foram feitas 500 obturações e extrações.
 
A religião anglicana, predominante na Irlanda do Norte, impedia atividades físicas aos domingos. Só depois a benção do clero, a equipe foi liberada para participar dos jogos dominicais.
 
Pelé é o jogador mais jovem a ganhar uma Copa. Na final de 1958, o camisa 10 tinha 17 anos e 249 dias.
 
O camisa 10 brasileiro também é o mais jovem a balançar a rede em uma Copa. Com 17 anos e 239 dias, Pelé marcou contra o País de Gales.

A Inglaterra tinha um bom time, mas veio enfraquecido, pois, seis meses antes do torneio, perdera Duncan Edwards, Tommy Taylor e Roger Byrne, num desastre de avião em Munique. Os jogadores eram do Manchester United, equipe tricampeã inglesa, e que era a base da seleção nacional. Com isso, tiveram que refazer os planos para o Mundial, convocando jogadores que jogaram em 1950, como o veterano Tom Finney.

Fontes
Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar