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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Loucuras do Futebol

O chute que mandou a bola para fora do estádio

Em 1980, a reportagem do Globo Esporte resolveu testar a força do lateral Nelinho, ex-Atlético-MG e Cruzeiro. Para isso, o jogador teria de mandar a bola para fora do estádio do Mineirão, chutando do gramado. A altura da marquise é de 27 metros. Após algumas tentativas, Nelinho conseguiu a proeza. Anos depois foi a vez do ex-ponta esquerda Éder repetir a façanha.

Fonte: Livro - Loucuras do Futebol

FINAL ALEMANHA X HUNGRIA 1954


Copa 1954: Brasil 2x4 Hungria


Copa 1954

País sede: Suíça

Participantes:

Suíça, Hungria, Áustria, Inglaterra, Alemanha Ocidental, Iugoslávia, França, Itália, Tchecoslováquia, Bélgica, Escócia, México, Brasil, Uruguai, Turquia e Coréia do Sul.
 

História

A Copa de 1954 foi disputada na Suíça e foi a primeira em solo europeu depois da Segunda Guerra Mundial. A escolha da sede levou em conta justamente a neutralidade da Suíça durante o conflito. Apesar do sucesso do certame cabe uma crítica à fórmula da copa, bastante confusa. Cada grupo tinha dois cabeças de chave que não se enfrentavam, assim como as duas equipes restantes que não se enfrentavam. Assim ao invés de 3 jogos cada, no sistema todos contra todos, realizaram-se apenas 2 jogos por equipe.
 
Foi um mundial dominado amplamente pela fantástica equipe húngara, campeã olímpica de 52, composta de super craques como  Ferenc Puskas, Nandor Hidegkuti, Sandor Kocsis, József Bozsik, Zoltán Czibor, Gyula Grosics, dentre outros. Mas existiam outras seleções fortes como o Uruguai bicampeão mundial, o Brasil (que tentava se recompor de 50 com Didi, Djalma Santos e Julinho Botelho, a Alemanha Ocidental (com Fritz Walter, Max Morlock, Hans Schafer e Helmut Rahn).

Desde antes de a Copa começar, já se sabia que a Hungria de Puskas e Kocsis estaria na decisão. A equipe, que contava com o apoio irrestrito do governo militar do país, era "escandalosamente" superior às demais. Mas uma estratégia bem traçada pelos fortes alemães e um campo escorregadio na decisão mudaram o curso da história.
 
Antes de começar a Copa a pergunta que todos faziam era quem seria o Vice? A Hungria, invicta desde 1950, tinha uma seleção muito superior. Antes mesmo de a competição começar, o timaço de Kocsis e Puskas já era apontado como virtual dono da taça, tanto por sua própria torcida como pela dos adversários.
 
Na primeira fase o técnico da Alemanha Ocidental usou uma tática de colocar um time reserva contra a poderosa  Hungria, sendo assim, absorveria melhor a provável derrota e não desgastaria seus titulares. Os húngaros venceram pelo placar de 8 a 3.
 
O resultado surpreendente levantou suspeitas. Os alemães foram acusados de uso de substâncias ilegais antes da partida, mas como os exames antidoping não eram correntes no futebol, nada foi provado. Alegou-se também que a diferença de desempenho em campo se deveu às chuteiras dos alemães, mais sofisticadas.
 
Aos alemães foi entregue a Taça Jules Rimet e o título de vencedores da Copa do Mundo com a torcida cantando junto o hino nacional alemão. Na Alemanha, esta partida é conhecida como o Milagre de Berna. Um filme baseado na história foi lançado em 2003. Para os húngaros, a derrota foi um desastre, e o seu declínio no futebol teria início somente dois anos depois, com a Revolução Húngara.
 
Final: Alemanha 3 x 2 Hungria
 
Campeão: Alemanha Ocidental
Vice Campeão: Hungria
 

O Brasil na Copa

Inconformados coma perda do título em casa, quatro anos antes, torcida e imprensa cobravam garra e empenho da equipe. Durante a preparação, Zezé Moreira, acusado de não fazer prevalecer o futebol-arte na seleção, deu lugar a seu irmão Aymoré Moreira. Mas os resultados continuaram insatisfatórios, e Zezé voltou ao comando para a Copa.
 
Na estreia, o Brasil goleou o México por 5 a 0. Na segunda partida a seleção brasileira empatou com a Iugoslávia por 1 a 1.
 
O fato curioso aconteceu nesse jogo contra a Iugoslávia,  quando os brasileiros deram um show de desinformação. O empate classificaria as duas seleções para fase seguinte. Acontece que os brasileiros não conheciam o regulamento e partiram pra cima dos iugoslavos. Para desespero dos europeus, que gesticulavam tentando explicar a situação. Ao término da partida, os brasileiros foram para o vestiário chorando, acreditando que estavam eliminados. Em 2002, o lateral-direito Djalma Santos comentou: "O Brandãozinho e o Bauer perderam uns 5 quilos naquela partida".
 
Nas quartas de final veio o encontro com a seleção mais temida do momento: A Hungria. O Brasil estava pressionado pelos pedidos do governo Getúlio Vargas para que vencesse a partida. As longas preleções da comissão técnica alertavam e amedrontavam nossos jogadores para o "monstro" Puskas. Não sabiam que o craque húngaro estava machucado e não jogaria A seleção brasileira não resistiu o favoritismo húngaro e perdeu por 4 a 2. 
 
Colocação do Brasil: 6º lugar
 

Estatísticas

Times: 16
Jogos: 26
Número de gols: 140
Média de gols: 5,4
Total de público: 889.500
Média de público: 34.229
Melhor ataque: Hungria - 27 gols
Pior ataque: Tchecoslováquia, Escócia e Coréia do Sul - 0 gol
Melhor defesa: Iugoslávia - 2 gols
Pior defesa: Coréia do sul: 16 gols
Artilheiro: Sandor Kocsis (HUN) - 11 gols em 5 jogos
Melhor jogador: Puskas
 

Curiosidades

A partir dessa Copa, o Brasil passou a usar o uniforme com a camisa amarela e o calção azul. Depois da derrota no Mundial de 1950, o uniforme antigo (camisa branca e calção azul usado desde 1919) foi considerado uma das fontes de azar. Em  1953, o professor e jornalista gaúcho Aldyr Schlee venceu outros treze candidatos no concurso para escolha do novo uniforme. Como vencedor recebeu uma cadeira cativa no Maracanã, um estágio como desenhista no extinto jornal Correio da Manhã e uma soma em dinheiro.
 
O jogador  Puskas foi para a Hungria o que Pelé foi para o Brasil. Dono de grande habilidade com a perna esquerda marcou quatro gols e deu inúmeras assistências. A seleção húngara formou o ataque mais positivo de todas as Copas entre 1930 e 2006.
 
Por causa da chuva na final contra a Hungria, Adi Dassler, proprietário da Adidas e fornecedor de material esportivo para a seleção alemã, forneceu chuteiras com cravos intercambiáveis, que melhor se adaptariam ao campo molhado.
 
Os 11 gols marcados pelo húngaro Kocsis não apenas o garantiram a artilharia desta Copa, mas o tornou o recordista como artilheiro em uma Copa.
 
Pela primeira vez, a seleção brasileira viajou de avião para uma Copa. As viagens anteriores foram feitas de navio.
 
Pela primeira vez uma Copa teve  cobertura pela televisão. A vitória de 1 a 0 dos iugoslavos sobre os franceses foi a primeira partida de Copa do Mundo televisionada.
 
Insatisfeito com os 7a 0 sofridos diante do Uruguai, o escocês Andy Battie foi o primeiro técnico a pedir demissão durante o mundial.
 
A seleção brasileira usou camisas amarelas e calções azuis pela primeira vez em Copas do Mundo. Antes, a equipe jogava de branco..
 
Para amenizar a saudade de casa, os brasileiros levaram feijão, carne seca e goiabada na bagagem.
 
Os húngaros faziam aquecimento antes das partidas, o que era incomum na época.
 
A Copa de 1954 teve a maior média de gols entre todas as Copas disputadas, até 2006: 5,4 gols por jogo.
 
A Suíça teve a ajuda do árbitro brasileiro Mário Vianna para vencer a Itália na estreia dos dois times. Ele anulou gol legítimo dos italianos e deixou os suíços baterem à vontade.
 
A seleção húngara, derrotada na final, defendia uma invencibilidade de 31 partidas. A equipe estava sem perder desde 14 de maio de 1950. Até a derrota na decisão, marcaram 139 gols e sofreram apenas 33.
 
A numeração fixa dos jogadores tornou-se obrigatória neste mundial.
 
A derrota para a Hungria na semifinal foi a primeira do Uruguai em Copas do Mundo.
 
O Capitão da seleção alemã Fritz Walter, foi paraquedista do exército de Hitler.
 
Fontes
Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar
 
 

 

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Loucuras do Futebol

Um fã, mas muito fã mesmo da Seleção Brasileira que faturou o Tri na Copa do Mundo de 1970 resolveu homenagear os heróis da conquista com o nome do filho. Assim, registrou o garoto como TOSPERICAGERJA, que tem as iniciais dos craques TOStão, PElé, RIvelino, CArlos Alberto, GERson e JAirzinho.
 
Já um torcedor fanático do Flamengo registrou os dois filhos como Zicomengo e Flamozer e a filha como Flamena.

Fonte
Livro - Loucuras do Futebol

Copa do Mundo - 1950


Copa 1950

País sede: Brasil

Participantes

Brasil, Iugoslávia, México, Suíça, Espanha, Inglaterra, Chile, Estados Unidos, Suécia, Itália, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
 

História

Primeira Copa do Mundo pós-guerra, a edição de 1950 foi marcada por muitas desistências. A Alemanha sofria com a derrota no conflito. A Argentina brigara com o Brasil e, em protesto, não veio. Os indianos protestaram contra a Fifa, porque seus jogadores foram impedidos de jogar descalços.
 
A Copa do Mundo FIFA de 1950 foi a quarta edição da Copa do Mundo FIFA de Futebol. Ocorreu de 24 de julho e 16 de julho. Foi sediado no Brasil, tendo partidas realizadas nas cidades de Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Os estádios já estavam prontos na época, devido à paixão dos brasileiros por futebol. O Brasil foi escolhido por unanimidade como anfitrião na época, sendo um sucesso no sentido de infraestrutura a instalações e exemplo para o mundo. Muitos atribuem essa situação a Getúlio Vargas e sua administração, que incentivava o esporte como extensão da educação, e a sua capacidade de gerir a coisa pública. Contudo, deve-se destacar que o Brasil viu, em 1947, a Fifa adiar a competição em um ano para que as seleções da Europa pudessem se reestruturar – a Segunda Guerra Mundial arrasou o continente e deixou o mundo sem Copas desde 1938. Foi, inclusive, por causa dos efeitos do conflito que a entidade decidiu levar o Mundial para a América do Sul e o Brasil, como candidato único, foi o eleito.
 
A CBD, antiga CBF, não colocou empecilhos na decisão da Fifa de adiar em um ano a competição. E, mesmo com 12 meses a mais para entregar os estádios, o Brasil conseguiu se complicar. Não havia exigências com transporte, aeroportos, hospitais ou outros itens de infraestrutura. O único pedido era estádios “padrão Fifa”. O caderno de encargos da entidade não tinha 420 páginas como hoje. A Fifa só pedia arquibancadas para no mínimo 20 mil torcedores, alambrados, cabines para a imprensa e autoridades e túneis interligando os vestiários ao gramado.
 
A Presidência da República chegou a formar a “Comissão de Estádios”, mas, mesmo assim, nenhum ficou pronto com antecedência – nem o Pacaembu, inaugurado em 1940, considerado moderno à época e que havia passado por uma ampla reforma.
Em março de 1950, por exemplo, foi feito o calçamento no entorno do estádio para acabar com a lama que se formava nos dias de chuva, reformado o sistema de drenagem do gramado, foram abertos dois novos portões para facilitar a entrada e a saída do público e construído um ambulatório médico. Em 1.º de junho de 1950, 23 dias antes da abertura da Copa, no entanto, vistoria feita pelo presidente da Federação Italiana de Futebol e delegado da Fifa, Ottorino Barassi, constatou que o tamanho do gramado não era adequado, assim como a área da imprensa. 1
 
Os organizadores brasileiros tiveram que bolar um novo regulamento, com mais jogos. Outra preocupação era reverter um possível prejuízo financeiro.
 
As equipes foram divididas em quatro grupos. Os melhores de cada chave iriam se enfrentar em um quadrangular, se a necessidade de um jogo final. Esse sistema nunca mais se repetiu. Brasil, Espanha, Suécia e Uruguai se classificaram para o quadrangular final.
 
Oficialmente, 174 mil pessoas lotaram o Maracanã. Algumas estimativas dizem que o público foi superior a 200 mil pessoas.
 
Campeão: Uruguai
Vice-Campeão: Brasil
 

O Brasil na Copa

A enorme força de ser o país sede, o respeitável terceiro lugar na Copa de 38 (última antes da guerra) e a ausência da Argentina, nosso principal carrasco na América do Sul, colocaram o Brasil em condições de brigar pela sonhada taça.
 
Formada principalmente por jogadores de Vasco e do São Paulo, a equipe se retirou em Araxá, longe do otimismo excessivo que assolava a nação, para depois se concentrar no estádio de São Januário.
 
O Brasil goleou na estreia a seleção mexicana por 4 a 0 (que também marcou a estreia do Maracanã em jogos oficiais), mas não convenceu os críticos e a torcida. No segundo jogo, empatou com a Suíça em 2 a 2e deixou o gramado do Pacaembu debaixo de vaias. E volta ao Maracanã, sob o comando do Mestre Ziza, a seleção venceu a Iugoslávia por 2 a 0. Nos dois primeiros jogos do quadrangular final, o Brasil goleou a Suécia por 7 a 1 e a Espanha por 6 a 1.
 
Na final contra o Uruguai, o clima de "já ganhou" tomou conta da torcida, da imprensa e dos jogadores com o Brasil precisando somente do empate para ser campeão. A imensa massa de torcedores explodiu quando Friaça abriu o placar. Mas os uruguaios empataram com Schiaffino e  viraram o jogo com Ghiggia.
 
Colocação: Vice-Campeão
 

Estatísticas

Times: 13
Jogos: 22
Número de gols: 88
Média de gols: 4
Total de público: 1.043.500
Média de publico: 47341
Melhor ataque: Brasil - 22 gols
Pior ataque: Bolívia - 0 gol
Melhor defesa: Inglaterra: 2 gols
Pior defesa: Suécia - 17 gols
Artilheiro: Ademir (BRA) - 9 gols em 6 jogos
Melhor jogador: Obdulio Varela (URU)
 

Curiosidades

Até hoje nenhum brasileiro fez mais gols que Ademir em uma edição de Copa. Queixada marcou 9; Ronaldo, em 2002, fez 8.
 
Os indianos desistiram de disputar a Copa do Mundo porque seus jogadores foram proibidos de jogar descalços.
 
Na tentativa de recuperar as dores no joelho do craque Zizinho, ídolo de Pelé, foram usados remédios para cavalos.
 
A edição de 1950 foi a única em que não houve uma final de fato. AS quatro melhores seleções disputaram um quadrangular. Venceria a Copa quem somasse mais pontos.
 
A vitória dos americanos sobre os ingleses foi tão surpreendente que os jornais da Inglaterra, ao receberem o placar de 0 a 1 pelo telégrafo, acharam que era um "erro de digitação" e "corrigiram" o marcador pra Inglaterra 10 x 1 Estados Unidos.
 
O cenário favorável subiu à cabeça dos brasileiros, a ponto de os jornais daquele dia 16 de junho rodarem antecipadamente com a manchete "Brasil, campeão do mundo". Conta-se que o técnico Uruguaio usou isso para inflamar os brios de seus comandados.
 
Brasil 7 x 1Suécia e Brasil 6 x 1 Espanha foram as duas maiores goleadas da seleção em Copas.
 
Durante a Segunda Guerra Mundial, Jules Rimet transferiu a sede da Fifa de Paris para Zurique como forma de evitar a influência nazista. Falava-se que havia um plano de Hitler para levar a entidade a Berlim.
 
Com a não-participação da França, Bélgica e Romênia, que haviam participado de todas as Copas anteriores, o Brasil se tornou o único país do mundo a enviar sua seleção a todas as edições do Mundial, marca que dura até os dias atuais.
 
Cerca de 200 mil pessoas (cerca de 10% da população carioca na época) foram ao Maracanã para ver a decisão contra o Uruguai. Seria o maior público da história do futebol se não houvesse "apenas" 173.850 pagantes. Com isso, Brasil x Paraguai das Eliminatórias para a Copa de 1970, com 183.341, é o maior público oficial do futebol.
 
Jornais da época dizem que a torcida, após a virada uruguaia, continuou incentivando a seleção brasileira, o que vai contra a lenda de que o Maracanã se silenciou nos minutos finais.
 
 A Itália tentou defender seu título com uma equipe fraca devido ao desastre de Superga, acidente aéreo que matou todo o time do Torino (base da Azzurra) em 1949. 
 
Fontes
Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar
 

Brasil das Copas - Copa de 1938


Copa 1938

País sede: França

Participantes

Alemanha, Suíça, Hungria, Índias Orientais Holandesas, Suécia. Áustria, Cuba, Romênia, França, Bélgica, Itália, Noruega, Brasil, Polônia, Tchecoslováquia, Holanda.

História

A França, terra natal de Jules Rimet, foi escolhida para sediar a terceira edição do torneio. O então (Itália) e o anfitrião (França) não precisaram disputar as eliminatórias. Essa fase contou com algumas desistências, inclusive da Argentina, que também queria sediar a competição e retirou-se em protesto.
 
Foi um mundial tenso, marcado pela gravíssima situação internacional, que levaria a Europa e o mundo à Segunda Guerra Mundial, pouco mais de um ano depois do certame. A Áustria que fora anexada pela Alemanha de Hitler não participou do mundial, pois foi obrigada à ceder seus jogadores à seleção alemã. As grandes forças do mundial eram a Itália, campeã mundial, a Hungria, a Tchecoslováquia e o Brasil.
 
Os franceses logo mostraram sua capacidade de organização: com três meses de antecedência, divulgaram a tabela e o regulamento da Copa.
 
O Brasil soube que iria enfrentar a Polônia, informação que pouco ajudou nossa seleção, já que, naquela época, o fluxo de informações entre nações tão distantes era quase nulo.
 
A Final foi disputada entre Itália e Hungria. A Azurra venceu os húngaros pelo placar de 4 a 2.
 
Campeão: Itália
Vice-Campeão: Hungria
 

O Brasil na Copa

A Copa de 1938 pode ser considerada a primeira em que o Brasil levou uma seleção de verdade. Sem brigas entre cariocas e paulistas, profissionais e amadores, o técnico Ademar Pimenta levou à França os 20 jogadores que quis, sendo 16 clubes do Rio e 4 de São Paulo.
 
No primeiro jogo, o Brasil venceu a Polônia, na prorrogação, pelo placar de 6 a 5. Destaques do jogo ficaram para Leônidas que marcou três vezes (numa delas descalço) e o polonês Ernest Wilimowski, que fez quatro gols.
 
Nas quartas de final, nem a prorrogação bastou para definir o vencedor. O empate por 1 a 1 com a Tchecoslováquia forçou um jogo de desempate. De virada, com gols de Leônidas e Roberto, os brasileiros venceram por 2 a 1 e se classificaram para semifinal.
 
O jogo contra os italianos foi complicado. Leônidas, lesionado, foi substituído por Romeu, que não manteve o mesmo nível do Diamante Negro. Os italianos venceram por 2 a 1.
 
Com Leônidas recuperado, o Brasil bateu a Suécia por 4 a 2.
 
Colocação: 3º lugar

Estatísticas

Times: 15
Jogos: 18
Número de gols: 84
Média de gols: 4,7
Total de público: 376.000
Média de público: 20.888
Melhor ataque: Hungria - 15 gols
Pior ataque: Holanda e Índias Orientais Holandesas - 0 gol
Melhor defesa: Noruega
Pior defesa: Cuba - 12 gols
Artilheiro: Leônidas (BRA) - 7 gols em 4 jogos.
Melhor jogador da Copa: Silvio Piola (ITA)
 

Curiosidades

Aconteceu o primeiro e único W.O. das Copas. a Áustria foi anexada pela Alemanha de Hitler pouco antes do Mundial. Os austríacos deveriam enfrentar os suecos, mas não apareceram no jogo. Cinco atletas da Áustria defenderam a seleção alemã, que acabou sendo eliminada pela Suíça.
 
Oficialmente, o primeiro gol contra foi do suíço Ernst Loertscher na vitória por 4 a 2 (de virada) sobre a Alemanha. Oito anos antes, no Uruguai, o mexicano Manuel Rosas balançou as próprias redes diante do Chile, mas o gol foi creditado ao atacante chileno Subiabre.
 
Mussolini enviou um telegrama para a seleção italiana, que recomendava aos atletas empenho com a seguinte frase: "Vencer ou morrer".
 
Diz a lenda que Leônidas marcou um de seus três gols na vitória por 6 a 5 contra a Polônia descalço. Sua chuteira teria voado em um lance anterior e o árbitro não viu. O campo estava uma lamaçal por causa da chuva.
 
A Espanha era uma das favoritas ao Mundial, mas não pôde participar por estar vivendo sua Guerra Civil.
 
O atacante polonês Ernest Wilimiwski fez quatro gols na partida de estreia, mas sua seleção perdeu do Brasil por 5 x 6 e foi eliminada. Nenhum jogador tem uma média de gols por jogo tão alta em Copas.
 
Nesse mesmo jogo, o Brasil usou pela primeira vez a camisa azul. Como seus adversários poloneses usavam camisas brancas (mesma cor que o Brasil usava na época), o jeito foi jogar com camisas azuis, sem escudo, que eram utilizadas nos treinamentos.
 
Foi a primeira Copa do Mundo transmitida por rádio para vários países do mundo. No Brasil, os mais antigos diziam que a voz do locutor falhava constantemente, às vezes por até um minuto acontecendo, inclusive, casos do gol narrado não chegar ao Brasil e o ouvinte só saber minutos
depois com a reconfirmação do resultado final.
 
Fontes
Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar
 
 

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Copa 1934

País sede: Itália

Participantes

Áustria, Tchecoslováquia, Alemanha, Hungria, Itália, Espanha, Suécia, Suíça, França, Romênia, Bélgica, Holanda, Brasil, Argentina, Estados Unidos e Egito.
 

História

A Copa do Mundo de 1934 foi a primeira na qual os países tiveram que se classificar na disputa das eliminatórias para poder participar. Dessa vez, a maioria esmagadora das nações era do continente Europeu.
 
O modelo do mundial aconteceu em estilo "mata-mata", composto por 5 fases com os confrontos das oitavas definidos por sorteio. Oitavas, Quartas, Semifinal, Disputa do 3º Lugar (ausente em 1930) e Final.
 
O Mundial de 1934 como o de 1938 teve interesses políticos em jogo: o regime fascista subjugava a Itália, e o ditador Benito Mussolini planejou transformar o evento numa espécie de propaganda pró-regime. Seu lema era "vitória ou morte". A influência indiscutível de Mussolini se impôs em diversos aspectos, como por exemplo a escolha pré-determinada de árbitros "suspeitos" nas partidas da anfitriã Itália. O sueco Ivan Eklind , que apitou a semifinal e a final, teria se encontrado com Mussolini antes das partidas. Misteriosamente, decisões polêmicas foram tomadas, sempre em favor da Itália (expulsões e gols anulados de adversário.) Alguns árbitros influenciaram tanto nos resultados da Itália que foram expulsos por suas pátrias após o torneio, caso do suíço René Mercet e do belga Louis Baert.
 
A final foi disputada no Estádio Nacional PNF (Partido Nacional Fascista), sob presença do imponente Mussolini e de outros 50 mil espectadores. A Itália empatou o jogo com a Tchecoslováquia no tempo normal, e na prorrogação Angelo Schiavio fez o gol do título italiano: 2 a  1.
 
Campeão: Itália
Vice-Campeão: Tchecoslováquia
 

O Brasil na Copa

A exemplo da Copa de 30, por motivos de brigas internas, o Brasil não foi com uma seleção de boa qualidade.
Desde 1933, os clubes brasileiros aderiram ao profissionalismo e, mesmo com a criação de novas federações ligadas ao futebol profissional, a CBD era a única filiada a Fifa. Assim, era a que tinha poder para convocar os jogadores. Como o único grande time amador era o Botafogo, a seleção foi formada por botafoguenses e um "catado" de outros clubes.
 
O Brasil foi eliminado pela Espanha, perdendo por 3 a 1
 
Colocação: 14º lugar
 

Estatísticas

Times: 16
Jogos: 17
Número de gols: 70
Média de gols: 4,1
Total de público: 358.000
Média de público: 21.058
Melhor ataque: Itália - 12 gols
Pior ataque: Romênia, Brasil e Estados Unidos - 1 gol
Melhor defesa: Romênia - 2 gols
Pior defesa: Alemanha - 8 gols
Artilheiro: Oldrich Nejedly (TCH) - 5 gols em 4 jogos
Melhor jogador: Giuseppe Meazza (ITA)
 

 Curiosidades 

O defensor do título, Uruguai, recusou o convite para participar, num boicote aos europeus por terem ignorado a edição anterior, em 1930 (Apenas 4 seleções européias participaram do torneio: Bélgica, França, Iugoslávia e Romênia), tornando-se assim o único defensor de título que não competiu no torneio seguinte.
 
Essa foi a pior participação do Brasil em Copas, ficando em 14º lugar, apenas à frente de Bélgica e Estados Unidos.
 
A anfitriã Itália teve que passar pelas Eliminatórias, na única ocasião em que um país-sede precisou disputar eliminatórias.
 
Mussolini queria a Itália campeã a qualquer custo, e abriu as portas para descendentes de italianos que se dispusessem a defender a Azurra. Quatro argentinos e um paulistano defenderam a Itália.
 
Fontes
Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar

Copa 1930

País sede: Uruguai

Participantes

Argentina, Bélgica, Bolívia, Brasil, Chile, Estados Unidos, França, Iugoslávia, México, Paraguai, Perú, Romênia e Uruguai.
 

História

Graças ao empenho do Francês Jules Rimet, em 1930 foi realizada a primeira Copa do Mundo de Futebol. A escolha do Uruguai como sede foi uma homenagem ao bicampeonato olímpico da Celeste.
 
A realização da primeira Copa do Mundo foi quase um milagre. Os países europeus, mergulhados na crise econômica que assolava o continente, não estavam dispostos a gastar tempo e dinheiro na longa e exaustiva travessia do Oceano Atlântico.
Não houve eliminatórias. Várias seleções foram convidadas, mas alegando problemas financeiros, potências como Inglaterra, Itália e Espanha recusaram o convite.
 
A decisão ficou com  o Uruguai e Argentina. Os Uruguaios venceram os Argentinos por 4 a 2, sagrando-se o primeiro país campeão mundial de futebol.
 
Campeão: Uruguai
Vice-Campeão: Argentina
 

O Brasil na Copa

O Brasil poderia ter um desempenho melhor na Copa se não fosse uma briga de egos entre São Paulo e Rio de Janeiro. A Confederação Brasileira de Desportos (CBD), em sua maioria formada por cariocas, decidiu não convidar ninguém da Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) para integrar a comissão técnica da delegação que viajaria ao Uruguai. Em represália, a APEA impediu que seus clubes liberassem atletas para o Mundial. O Brasil estreou com uma derrota para a Iugoslávia por 2 a 1. No segundo jogo venceu a Bolívia por 4 a 0. A Iugoslávia venceu a Bolívia também por 4 a 0, classificando para outra fase da competição e o Brasil ficou fora.
 
Colocação do Brasil: 6º lugar
 

Estatísticas

Times: 13
Jogos: 18
Número de gols: 70
Média de gols: 3,9
Total de público: 434.500
Média de público: 24.138
Melhor ataque: Argentina - 18 gols
Pior ataque: Bélgica e Bolívia - 0 gol
Melhor defesa: Brasil - 2 gols
Pior defesa: México - 13 gols
Artilheiro: Guilhermo Stabile (ARG) - 8 gols em 4 jogos
Melhor jogador: Guillermo Stábile (ARG)
 

Curiosidades

O primeiro gol da história das Copas foi marcado pelo francês Lucien Laurent.
 
O jogador João Coelho Neto, o Preguinho, foi o primeiro a marcar gol na história do Brasil em Copas do Mundo.
 
O uniforme do Brasil era branco. Como perderam o sorteio, os bolivianos, que também jogavam de branco, tiveram que pegar emprestada a camisa azul-celeste do Uruguai.
 
A FIFA escolheu o Uruguai como país sede numa conferência em Barcelona em 18 de maio de 1929, pois o país celebraria o centenário de sua independência e a Seleção Uruguaia vinha de dois títulos olímpicos.

Fontes
Coleção Copa do Mundo Fifa - Placar
www.wikipedia.org

domingo, 2 de fevereiro de 2014

FUTEBOL - A COISA MAIS IMPORTANTE DO MUNDO

Entre as coisas menos importantes do mundo, o futebol é a mais importante. É mais do que um esporte, é um dos maiores fenômenos sociais do planeta. Trata-se de um amálgama pancultural, social e econômico. A paixão pelos clubes frequentemente supera, em alguns casos, até mesmo a devoção religiosa, e a adoração do público em relação a alguns jogadores pode até mesmo parar guerras.
Foi o que aconteceu em 1969, ano em que o homem foi à Lua. O Santos, time do "Rei" Pelé, tinha ido à República Democrática do Congo para disputar quatro amistosos contra times locais. Mas, logo no desembarque, uma surpresa: as ruas do país estavam tomadas por tanques e rebeldes em conflito armado. Os jogos foram imediatamente suspensos. Aí vem a parte, no mínimo, curiosa: o governo e a população, chateados por não poderem mais ver o "Rei" em campo, acabaram entrando em acordo, e os conflitos foram suspensos para que se realizassem as partidas. Mesmo numa época em que ainda não havia tanta informação circulando em velocidade, como hoje, Pelé já era um mito, e em toda parte do mundo as pessoas paravam para ver seu futebol mágico. Por alguns dias não se ouviram tiros, e os únicos gritos foram em comemoração aos gols de Pelé, Zito, Pepe e outros craques santistas. Assim que o avião partiu de volta para o Brasil, o clima de guerra voltou ao Congo. Os conflitos permaneceram por mais três anos, até o final de 1972, quando assumiu um governo democrático provisório.
 
Fonte: Livro - Vivendo e Aprendendo a Jogar (Jamil Albuquerque)

O INÍCIO DO FUTEBOL NO BRASIL

Charles Miller trouxe o esporte para o Brasil

A história oficial sobre a chegada do futebol no Brasil conta que foi trazido pelo brasileiro Charles Miller. Filho de ingleses, estudou um tempo na Inglaterra. Ao voltar, em 1894, trouxe na bagagem duas bolas, bomba para enchê-las, camisas de dois times, um par de chuteiras e livro de regras. Antes disso, entretanto, acredita-se que marinheiros ingleses já tinham batido uma bolinha em praias do Rio de Janeiro e Santos.
Oficialmente, o time mais antigo é o Sport Club Rio Grande, do Rio Grande do Sul, fundado em 19 de julho de 1900, data em que se comemora o Dia Nacional do Futebol. Mas como o clube parou suas atividades algumas vezes, a Ponte Preta - que surgiu em 11 de agosto de 1900 - exige o título de primeiro time do Brasil.
Por aqui, o esporte se profissionalizou somente em 1933. Segundo o Cadastro Nacional de Clubes de Futebol, divulgado em 2009 pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o País tinha 783 clubes profissionais. Mas há também muitos times de várzea (amadores) e futebol society.
 
 

O futebol no Brasil

 
O futebol brasileiro, como muitos sabem, é uma grande inspiração. Podemos dizer que começou a ter impacto mais fortemente em 1950, quando o Brasil sediou a Copa do Mundo, o que influenciou profundamente o inconsciente coletivo da nação.
A derrota na decisão desse mundial de futebol, contra o Uruguai, dentro de casa, no Maracanã, foi um balde de água fria e um beijo de realidade. Deixamos de ser um país agrícola, indolente, quase silvícola, e plantamos a semente da competitividade. Nelson Rodrigues dizia que foi o primeiro passo para nos livrarmos do complexo de vira-lata que tínhamos no Brasil. Depois veio o campeonato mundial em 1958, o bicampeonato em 1962 e a nova vitória em 1970, em plena ditadura; nesse momento o esporte já era de longe o mais popular em nossas terras. Somos os únicos pentacampeões do mundo no futebol.
 
Fonte: Livro - Vivendo e Aprendendo a Jogar (Jamil Albuquerque)

COMO SURGIU O FUTEBOL

 
Há milhares de anos, vários povos realizavam disputas em que um objeto redondo (avô da bola) era colocado dentro de um espaço para marcar ponto. É o caso do cuju ou tsu-chu, na China, o harpastum, no Império Romano, e o calcio florentino, na Itália. Apesar de não serem exatamente como o futebol que conhecemos hoje, influenciaram o surgimento do esporte.
Somente a partir da metade do século 19 é que começou a ficar parecido com o praticado atualmente. Isso aconteceu depois que, em 1848, foram criadas as Cambridge Rules (Regras de Cambridge), na Inglaterra, que determinavam algumas normas e jogadas, como o tiro de meta e a cobrança lateral.
Outra data importante é 26 de outubro de 1863, quando foi fundada, em Londres, a The Football Association, federação inglesa que ainda existe e é responsável pelo futebol no país. Foi a primeira entidade a cuidar do esporte e fazer livro de regras oficial.
O curioso é que muitos detalhes eram diferentes naquela época. Não tinha, por exemplo, pênalti - adotado no fim do século 19 - e travessão; duas estacas fincadas no chão determinavam a área em que a bola deveria ser chutada sem nada em cima para uni-las. Os uniformes também não possuíam números.
Com o tempo, outras associações importantes surgiram e novas normas foram estabelecidas. O futebol se espalhou pelo mundo, tornando-se esporte super famoso. 
 
Fonte: www.dgabc.com.br  
 

Como o futebol ajudou a desenvolver a indústria na Inglaterra 

 
No início da era industrial, já no século 19, a Inglaterra começava a desenvolver seu sistema de produção, e precisava de mecanismos que desenvolvessem naturalmente a disciplina naqueles que deixavam de ser artesãos autônomos e agricultores e tornavam-se operários com contratos de trabalho.
O futebol foi perfeito para aquele momento. Era divertido, tinha regras e metas claramente definidas, tempo determinado, limitação de espaços, forçava os jogadores a produzir dentro de um quadrado, estabelecia a competição que estimulava o crescimento e era orientado para resultados.
A Inglaterra se beneficiou tremendamente do futebol como esporte para construir-se como a primeira potência industrial do planeta. Praticamente todas as empresas inglesas tinham um "campinho" nos fundos de suas fábricas para que as pessoas, duramente os intervalos, fossem se divertir. Era lazer e treinamento, permitia que todos extravasassem as tensões e, ao mesmo tempo, treinava a mente para o trabalho em equipe, para saber ganhar, perder e vibrar com as conquistas em grupo.
Em suma, os governantes ingleses usaram o futebol para fazer treinamento em massa, de grandes contingentes de sua mão de obra nacional. Ou seja, o futebol ajudou a construir uma das maiores potências do planeta e a consolidar a maior casa de pólvora do mundo, que é a casa Windsor, ou Dinanstia Windsor.
 
Fonte: Livro - Vivendo e Aprendendo a Jogar (Jamil Albuquerque)